A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) reclamou hoje a inclusão na Rede de Emergência Nacional das clínicas suas associadas, que tratam mais de 90 por cento dos portugueses com doença renal crónica e fazem hemodiálise.
Em comunicado, a ANADIAL recorda que os mais de 120 centros operados por estas clínicas tratam diariamente cerca de 13 mil pessoas, sublinhando que no apagão da semana passada “todos os doentes com necessidade de hemodiálise foram tratados normalmente” e lamentando não terem recebido resposta ao contacto feito com a proteção civil.
A associação lembra igualmente que mais de 90 por cento dos portugueses com doença renal crónica fazem hemodiálise nestas clínicas “em complementaridade com o serviço Nacional de Saúde”.
Citado no comunicado, o presidente da ANADIAL, Paulo Dinis, informa que todas as clínicas têm geradores e “teriam capacidade de fazer tratamento por mais algumas horas”, mas lamenta que não tenham tido “qualquer contacto das entidades centrais neste tipo de cenário”.
“Apesar de prestarmos um serviço que garante a vida a milhares de portugueses não temos ainda o apoio da Rede de Emergência Nacional, algo que a par dos hospitais, devemos ter”, defende.
A associação diz que aguarda “até hoje” a devolução do contacto feito para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
“É urgente sermos olhados como um conjunto de clínicas que devem ter o apoio proativo da proteção civil tendo em conta a nossa missão”, insiste.
Na nota hoje divulgada, a ANADIAL diz temer uma repetição desta situação ou de outra que possa durar mais tempo e coloque em perigo a capacidade dos seus associados para operarem com normalidade e apela para a sua integração na Rede de Emergência Nacional.
Na prática, explica, esta inclusão iria traduzir-se “na obtenção de formas complementares de comunicação, além do acesso a bens de primeira necessidade para o seu funcionamento normal, como combustível para os geradores e transportes, abastecimento de água e apoio na gestão de transportes de doentes”.
Recorda ainda que, numa situação de crise mais prolongada, como aconteceu com a pandemia de covid-19, nunca deixou de prestar “a assistência devida a todos os que precisavam de diálise para viver”.