Sobre o que não muda

Num mundo em constante mudança, há coisas que permanecem imutáveis: o amor, a coragem, o coração das mães, a gratuidade das coisas simples: a luz do sol, as papoilas dos campos, a alegria inocente das crianças.

São as raízes que se aprofundam na terra, invisíveis, mas eternas, sustentando a essência do que somos e do que existe. As estrelas, mesmo distantes, continuam a brilhar com a mesma luz, testemunhas silenciosas da constância do universo. A verdade é que, na dança incessante das mudanças, há uma quietude que nunca se altera, uma alma que permanece intacta, lembrando-nos de que, por mais que o tempo avance, há coisas que permanecem como são, como o amor verdadeiro, a esperança e a essência de nós.

A imutabilidade das coisas permite-nos acreditar no futuro, mesmo quando o silêncio se quer sobrepor aos gritos que vêm dos lugares (nem sempre muito longe de nós) onde a guerra teima em continuar, onde a luz se apaga cedo e a soberba se sobrepõe ao amor.

Sabemos bem que é assim, que, por muito que o mundo evolua, a natureza continua a chamar-nos a atenção para a primavera que, apesar das alterações climáticas, continua a fazer romper do chão as flores miudinhas que nos enfeitam os caminhos. E maio é sempre o mês da novidade: é o mês das flores e da mãe, o mês do beijo que Deus não se esquece de dar a uma humanidade que nem sempre está atenta aos sinais de luz que Ele vai mandando. Porque há sinais, sim. Na manhã da segunda-feira de Páscoa, o Papa Francisco voltou a Casa. E deixou-nos um legado de ternura e de alegria, apesar das dores e do cansaço. Pediu-nos que guardássemos o fogo. E falou-nos de Esperança. A que não morre. A que não desilude.

Temos um novo Papa, eleito sob a luz de maio. Que ele saiba ler os sinais dos tempos e que a Senhora que é de Fátima e é de nós, neste mês que lhe é dedicado, guarde o seu Pontificado e nos faça continuar nesta peregrinação de Esperança, até à fonte da Luz.

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