Portugal com comité para prevenir risco em bens culturais em situações extremas

A vice-presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) em Portugal anunciou hoje a criação de um comité que visa a prevenção do risco em bens culturais, em caso de conflito armado ou de catástrofe natural.

“Foi aprovada a minha proposta para a criação do comité ‘Blue Shield’ [Escudo Azul] em Portugal, para a proteção de bens culturais em caso de conflito armado, de desastre natural e erro decorrente da ação humana. Estamos neste momento em fase de instalação e a acabar a proposta de estatutos para podermos depois formar a associação”, revelou Ana Paula Amendoeira.

O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra acolheu, esta tarde, a Conferência Internacional Património Resiliente face a catástrofes e conflitos, organizada pelo Património Cultural, Instituto Público e ICOMOS Portugal.

De acordo com Ana Paula Amendoeira, o Escudo Azul funcionará como uma associação sem fins lucrativos, constituída por organismos governamentais e não governamentais: bibliotecas, arquivos, museus e monumentos, bem como património construído, “sendo ainda importantíssimo ter o Ministério da Defesa e Proteção Civil”.

“Todas estas entidades são fundamentais para tratarmos do património cultural de uma forma sistémica, abrangente e caracterizarmos e diagnosticarmos os riscos. Só assim poderemos ter planos de prevenção ou de mitigação dos vários riscos a que o património está sujeito”, justificou.

À margem da conferência, a vice-presidente do ICOMOS sublinhou a importância da criação deste comité em Portugal, que irá “diagnosticar os riscos do património e preparar planos de prevenção de riscos e de operacionalização, tendo em conta as normas internacionais”.

“Seria um bom resultado e um bom objetivo cumprido ter a metodologia criada nos primeiros cinco ou seis meses de vida do comité”, acrescentou.

Segundo Ana Paula Amendoeira, o ‘Blue Shield’ tem também o objetivo de contribuir para a educação, sensibilização, prevenção e adaptação às alterações climáticas.

“Nós não podemos travar as alterações ambientais e climáticas. O que podemos é ter mecanismos de prevenção e de adaptação das comunidades e do património às alterações climáticas”, alegou.

A Rede Blue Shield é uma organização internacional dedicada à proteção do património cultural em situações de conflito armado, desastre natural ou outras emergências.

Foi criada com base na Convenção da Haia de 1954, visando a proteção de bens culturais em caso de guerra.

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