Filipe Sousa alerta para “desigualdades brutais” no trabalho e propõe pacto entre partidos

No âmbito das comemorações do Dia do Trabalhador, o candidato do Juntos Pelo Povo (JPP) à Assembleia da República, Filipe Sousa, centrou a sua mensagem na valorização da dignidade de quem trabalha, no respeito pelos direitos laborais e na necessidade de justiça salarial. A intervenção surge a poucos dias das eleições legislativas de 18 de maio.

Apesar de reconhecer uma evolução nos salários, Filipe Sousa destacou que persistem “imensas disparidades”, sublinhando a desigualdade salarial entre homens e mulheres, a subida do salário mínimo contrastando com a estagnação do salário médio e o empobrecimento crescente da classe média. “Continuamos a empurrar um número cada vez maior de pessoas para a porta da pobreza”, advertiu.

Para o candidato, o Dia do Trabalhador “não é um mero dia de descanso”, mas sim “um momento de reflexão sobre os problemas do mundo laboral”, como a precariedade, a conciliação entre vida profissional e pessoal e a desvalorização do trabalho numa era de transformação acelerada.

Filipe Sousa aproveitou a ocasião para chamar a atenção dos decisores políticos para os dados do Estudo de Caracterização da Pobreza na Região Autónoma da Madeira (2022-2024), apresentado após as eleições regionais de março. O relatório, encomendado pelo próprio Governo Regional da AD – PSD/CDS, aponta para indicadores “muito preocupantes”.

Segundo o estudo, a Madeira apresenta a segunda maior taxa nacional de trabalhadores em risco de pobreza. Em 2022, 15,7% da população empregada da Região vivia em situação de pobreza monetária — o valor mais elevado desde 2018 e apenas superado pelos Açores. No universo de 123.200 trabalhadores, cerca de 20 mil eram considerados pobres. “Isto é brutal”, comentou o candidato.

O mesmo relatório revela que 71.200 pessoas vivem em pobreza ou exclusão social na RAM e 62.800 sobrevivem com rendimentos inferiores a 591 euros por mês. “Estamos a falar de cerca de 1 em cada 4 madeirenses em risco de pobreza”, frisou. Além disso, a Região perdeu 7,5% da sua população empregada na última década, em contraste com a tendência de crescimento a nível nacional.

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