O JM esteve à conversa – porque realmente foi disso que se tratou – com António Zambujo e André Santos horas antes de subirem ao palco da Feira do Livro de Santa Cruz. Desde o apego à música tradicional – das geografias que ambos representam – ficou a garantia de novo disco em 2026.
Desta vez, não será um disco ‘monocasta’, recordando-se que o último trabalho reunia letras escritas por Miguel Araújo e a pretensão era fazer o mesmo com composições de Maria do Rosário Pedreira, de João Monge e de Pedro da Silva Martins. O seu “núcleo”.
Não desistiu da ideia, só que, no imediato, optou por outra coisa. “Vai ser uma mistura, ainda não sabemos muito bem. Vão ser maioritariamente temas originais, mas ainda não sei se será na totalidade, ou não, porque há outras músicas que eu gosto e que eu estou com vontade de cantar”.
A gravação acontecerá ainda no decorrer deste ano de 2025, mas a ideia “é lançar o disco em janeiro do próximo ano”.
António Zambujo partilhou connosco demais convicções. Falou do respeito pela palavra e da urgência em valorizar o que é português. A paixão pelo cancioneiro tradicional leva-o, por vezes, a cantar temas de Max nos seus espetáculos, sem pretensões de ser embaixador cultural. Fá-lo, disse-nos, por necessidade pessoal.
“O Max é dos maiores compositores da história da música portuguesa e não é reconhecido como tal, definitivamente”.
Quanto à palavra, afirmou que, no seu caso, “a letra tem um papel fundamental. É o mais importante daquilo. Conseguir transmitir uma mensagem. O meu objetivo não é mostrar o meu exibicionismo vocal, nem mostrar o virtuosismo dos músicos, nada disso. O nosso principal, e único objetivo, é reunir uma banda capaz de valorizar a palavra. Nós estamos ali para servir a palavra”.
O cantor mantém-se fiel à sua forma de estar. Não persegue a fama, mas reconhece o privilégio de viver daquilo que ama.
Em julho, regressa à Madeira. Até lá, entre concertos e estúdios, continua a servir a palavra, e, com ela, a música portuguesa.
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