O Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio e Serviços da RAM convocou a comunicação social, esta manhã, para dar conta das notas de culpa que cerca de 20 trabalhadoras do Pingo Doce estão a receber da empresa, na sequência do despedimento por alegados desvios e furtos de produtos.
De acordo com Ivo Silva, as funcionárias estarão a receber notas de culpa por terem causado “faltas cometidas supostamente pelas trabalhadoras de prejuízos de 56 cêntimos e de dois euros”. Ironizando com os valores “elevadíssimos para uma empresa desta dimensão”, o sindicalista disse que o que o grupo está a fazer em relação às trabalhadoras é “diabólico, por valores de cêntimos”.
Ivo Silva não tem dúvidas de que esta situação está a acontecer “pela necessidade de a empresa despedir trabalhadoras por ter a mais, por causa da introdução das máquinas e obras nas lojas”, recorrendo a este caso para não pagar as indemnizações.
O responsável sindical entende que as notas de culpa enviadas às funcionárias são “notas de acusação e resquícios do fascismo”.
Lembrando que a empresa tem de provar a acusação, o Sindicato também entende que “90% da matéria de acusação está prescrita”, uma vez que a entidade patronal recorreu a documentos “antigos”, visando ter argumentos para o despedimento sem pagar indemnização.
O Sindicato está a responder às notas de culpa enviadas às trabalhadoras, dez das quais sindicalizadas, “em conformidade com o que dispõe a lei. Vamos aguardar pela deliberação da empresa em cada um dos casos”.