PS: “Populismo é o que mais deteriora a democracia”

O presidente do Partido Socialista na Madeira, Paulo Cafôfo, de cravo ao peito, deixou inequívoca a ideia de que temos de “honrar Abril com verdade”, palavras que ecoaram esta manhã no parlamento regional.

“Com coragem e com compromisso. Tal como temos o dever, perante o falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco, de honrar a sua memória, fazendo acontecer a transformação que ele preconizou para as nossas vidas. O Papa Francisco não foi um homem de Abril, mas julgo não cometer nenhuma heresia se afirmar que partilhava os ideais de Abril”, elaborou o socialista, numa alusão ao dia de luto que também se vive no País.

“Há 51 anos, todo um povo disse não à opressão, à miséria imposta por décadas de ditadura, e abriu-se as portas à justiça social, à educação para todos, à saúde pública, à dignidade de viver em liberdade, em aceitar e respeitar o outro”, fundamentou, indo direto à questão: “Abril não se cumpre quando há tantos madeirenses sem casa digna para viver. Abril não se cumpre quando tantos madeirenses estão anos à espera de uma cirurgia. Abril não se cumpre quando tantos madeirenses não têm condições de ter um seu familiar em casa e têm de o deixar no hospital apesar de ter tido alta. Abril não se cumpre quando a Madeira tem os salários médios mais baixos do país. Abril não se cumpre quando tantos madeirenses na reforma têm de escolher entre um saco de compras do supermercado e um saco de medicamentos da farmácia. Abril não se cumpre quando tantos pais madeirenses não conseguem pagar a creche ou as propinas dos seus filhos. Abril não se cumpre quando tantos madeirenses são obrigados a emigrar. Abril não se cumpre quando os rendimentos da agricultura significam miséria. Abril não se cumpre quando tantos funcionários públicos com 15 ou 20 anos de serviço recebem praticamente o mesmo daqueles que entram agora na carreira”.

Depois, numa segunda fase do seu discurso, Paulo Cafôfo sublinhou os populismos, como entrave à saúde da democracia e da sua integridade.

“É fundamental que consigamos não só preservar a democracia como a melhorar. Há um entrave para que tal aconteça, e esse entrave chama-se populismo. E esse populismo é um bloqueio à alternância política. Não é saudável para a democracia. Nem tudo é mérito de quem tem governado, apesar de o terem, nem tudo é demérito da oposição, apesar de erros cometidos”, corroborou.

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