O Chega enalteceu, em nota de imprensa, o facto de o seu programa eleitoral para as eleições legislativas nacionais incluir um capítulo dedicado à autonomia da Madeira e dos Açores, algo “inédito nos programas nacionais dos principais partidos”.
O mesmo foi apresentado esta tarde, em Lisboa, num evento que contou com a presença de Francisco Gomes, deputado do Chega eleito pelo círculo da Madeira.
No programa eleitoral, que contou com a colaboração do parlamentar madeirense, o partido assume o compromisso de implementar várias propostas que visam reforçar a autonomia política e económica dos arquipélagos atlânticos, reconhecendo as suas especificidades históricas, culturais e sociais.
“A autonomia não é uma concessão do governo central, mas uma conquista legítima dos madeirenses e dos açorianos. O Chega, e bem, exige que as decisões sobre estas regiões não sejam tomadas pela República, sem ter em conta as suas necessidades específicas. É tempo de garantir, efetivamente, que a autonomia é respeitada e valorizada”, diz Francisco Gomes, deputado na Assembleia da República.
Entre as medidas propostas, o Chega defende a criação de um sistema fiscal específico para a Madeira, com uma redução no IRS, IVA e impostos especiais de consumo, bem como uma taxa de IRC mais baixa para todas as empresas. O partido propõe, ainda, a revisão da Lei das Finanças Regionais, garantindo um novo modelo para a captação de IVA, o aumento das transferência do Estado e o pagamento das dívidas da República para com a Região.
“A criação de um sistema fiscal próprio permitirá não só aliviar a carga fiscal sobre os cidadãos e as empresas, mas também potenciar a competitividade e o crescimento económico da Madeira. Esta medida é essencial para garantir uma economia forte e conducente a mais estabilidade e qualidade de vida”, acrescenta Francisco Gomes.
O programa eleitoral do Chega sugere, também, entre outras medidas, a eliminação do Representante da República, a revisão do modelo de subsidiação das ligações aéreas para garantir preços fixos para os residentes, o alargamento das quotas de pesca, a agilização do acesso aos fundos europeus, o reforço do financiamento das universidades regionais e uma ligação marítima semanal entre a Madeira e o continente, para pela República, ao abrigo dos princípios da coesão e da continuidade territorial.
“Estamos a falar de medidas exequíveis e fundamentais para que a Madeira e os Açores possam aprofundar a autonomia e prosperar num contexto nacional e global exigente. Não é aceitável que as autonomias sejam tratadas como territórios de segunda pelo que o CHEGA quer dotar os governos regionais de instrumentos para que possam responder às suas prioridades”, conclui.