O Patriarca de Lisboa, Rui Valério, confessou esta noite que gostaria de ver como sucessor em Roma do Papa Francisco “um português, um lusitano”.
“Isso seria maravilhoso, e seria a melhor forma de nós homenagearmos o nosso conterrâneo, o Papa João XXI, cujo corpo e restos mortais repousam no Vaticano”, acrescentou no final de uma missa em honra de Francisco na Sé de Lisboa.
O Patriarca vincou que “foi incansável a labuta do Papa Francisco para aproximar os povos uns dos outros, para aproximar as pessoas, era por isso que ele sofria tanto”.
“Os últimos meses, os últimos anos foram verdadeiramente um calvário para o Papa Francisco. Ele tudo fez para que a luz da paz voltasse a brilhar sobre a Terra e ele, enfim, testemunhou o despontar de tantos focos de conflito, de tantas guerras violentas e isso, certamente, que era contrário a tudo aquilo que ele sentia dentro do coração”, acrescentou o patriarca.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, participaram na missa em honra do Papa Francisco.
Em representação do Governo, Paulo Rangel não quis prestar declarações à entrada da Sé, sublinhando apenas que era “uma celebração religiosa e que esse caráter devia ser respeitado”, enquanto isso Marcelo, que já tinha falado ao país às 20:00, também não prestou declarações.
Várias figuras marcaram presença na missa que foi convocada para as 21:00, como foi o caso do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, os dirigentes do CDS, Telmo Correia e o deputado Paulo Núncio que, juntamente com Paulo Rangel e a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, assistiram na primeira fila à eucaristia.
À entrada da Sé de Lisboa, Carlos Moedas sublinhou que “em nome dos Lisboetas” esteve ali para agradecer ao Papa Francisco por tudo aquilo que fez pela cidade.
O autarca recordou as Jornadas Mundiais da Juventude que ocorreram na cidade em 2023 e relembrou também os elogios que a cidade recebeu “de toda a Igreja Católica, mas também de tantas pessoas que reconheceram o trabalho dos lisboetas e da Câmara Municipal”, sublinhando que “aquele que foi um momento único para Lisboa”.
À Sé de Lisboa dirigiram-se centenas de fiéis que quiseram despedir-se do Papa Francisco, com algumas pessoas a ter que assistir à missa de pé devido à grande afluência.
O Patriarcado de Lisboa disponibilizou no exterior um ecrã para os fiéis que quisessem assistir à eucaristia.
Durante a homilia o patriarca de Lisboa, Rui Valério, destacou que o Papa sempre esteve atento aos “pobres, os migrantes, os doentes, os últimos e os descartados”, sendo “a sua mensagem central um convite constante à misericórdia”.