Este período post mortem do Papa Francisco está a ser tudo menos calmo. As polémicas no seio da Igreja Católica começam a surgir e em várias frentes.
Carlo Maria Viganò, arcebispo, ex-núncio apostólico nos Estados Unidos da América, de 83 anos, recebeu no verão do ano passado a excomunhão emitida pelo dicastério por ter desejado abandonar a comunhão com o Bispo de Roma e com a Igreja Católica. Viganò recusava-se em reconhecer e sujeitar-se ao Sumo Pontífice, da comunhão com os membros da Igreja a ele sujeitos e da legitimidade e da autoridade magisterial do Concílio Ecumênico Vaticano II.
Mesmo após a morte do Sumo Pontífice, o arcebispo excomungado continua a tecer duras crítica ao chefe da Igreja Católica, a quem chamava de “tirano fora de controlo”, e na segunda-feira afirmou que “há um juízo particular para todos, do qual nem Bergoglio poderia escapar”, acrescentando que “terá de responder pelos crimes com os quais foi manchado”. “Por ter usurpado o trono de Pedro para destruir a Igreja Católica e perder tantas almas”.
Agora, mais uma voz de contestação levantou-se. O cardeal italiano Angelo Becciu, de 76 anos, antigo conselheiro do Papa Francisco, que foi banido por ter provocado um rombo de 139 milhões de euros na Santa Sé com a compra de um edifício de luxo em Londres, insiste em participar no Conclave. A decisão sobre a eventual participação de Becciu terá de ser agora tomada pelo decano do colégio cardinalício, Giovanni Battista Re, que é uma das autoridades do Vaticano até à nomeação de um novo Papa.