Pedro Nuno defende que Governo devia ter chamado embaixador dos EUA sobre inquérito às universidades

O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, pede mais firmeza ao Governo.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusou hoje o Governo de falta de firmeza na questão do inquérito dos EUA às universidades portuguesas, considerando que já devia ter chamado o embaixador norte-americano.

No final de uma reunião com a Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe!), Pedro Nuno Santos foi questionado sobre a entrevista à Rádio Renascença do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), bispo José Ornelas, o qual apontou que, tal como Adolf Hitler, o Presidente dos EUA, Donald Trump, defende um “espaço vital”, numa referência à justificação de Alemanha nazi para invadir outros Estados.

Segundo o líder do PS, “a imprevisibilidade de um aliado suscita preocupação”, mas Portugal tem uma relação com os Estados Unidos da América que “deve ser preservada”, o que não significa que Portugal não deva defender os seus interesses e “ser firme” na relação com o país liderado por Trump.

“O que nós precisamos é que em alguns momentos o Governo em Portugal mostre essa firmeza. A firmeza que, por exemplo, o governo português não mostrou quando as nossas universidades começaram a receber inquéritos da administração norte-americana”, criticou.

Para Pedro Nuno Santos, o ministro de Negócios Estrangeiros “já devia ter chamado o embaixador norte-americano para lhe explicar que o Governo português não faz aqueles inquéritos às universidades”.

“Muito menos devem fazer governos estrangeiros”, disse.

Sem querer comentar diretamente a entrevista, o líder socialista reiterou que a imprevisibilidade do Presidente dos Estados Unidos da América “é um problema” para Portugal.

“Mas obviamente que nós temos uma relação antiga com os EUA que deve ser preservada e nós devemos fazer todos os nossos esforços para preservar essa relação”, referiu.

Na segunda-feira, o Governo considerou que o inquérito feito pelas autoridades norte-americanas às universidades portuguesas no sentido de influenciar as políticas de inclusão é “contrário à Constituição”, embora Washington tenha soberania sobre os apoios que dá.

Questionado pelos jornalistas sobre o inquérito feito pela administração do republicano Donald Trump, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou que o Governo “não podia fazer um inquérito desse tipo, porque é contrário à Constituição, o Governo português não podia fazer esse tipo de perguntas”.

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas lamentou na semana passada os termos da comunicação feita pela Embaixada dos Estados Unidos, condicionando a continuidade de financiamento à resposta a perguntas consideradas “intoleráveis”.

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