O deputado do Chega à Assembleia da República, Francisco Gomes, acredita que o que diz ser “a inação e a incompetência do Estado” estão a fomentar um clima de impunidade e agressividade contra os polícias. O parlamentar mais acusa o Estado de não cuidar daqueles que garantem a segurança de todos nós e que dão tudo para proteger a população.
As declarações foram feitas após uma reunião com a delegação regional do SINAPOL (Sindicato Nacional da Polícia), organização representativa dos profissionais da PSP, na qual participaram Vasco Marcial, presidente do sindicato, e Sérgio Silva, delegado nacional.
Durante o encontro, foram identificados desafios que, na opinião dos presentes, limitam a atuação da polícia, quer a nível nacional, quer na Região Autónoma da Madeira. Entre os principais problemas apontados estão a falta de efetivos, baixos salários, valor reduzido do subsídio de alimentação, excesso de serviços gratificados e ainda a falta de condições de trabalho em várias esquadras, entre as quais Ponta do Sol, Porto Santo, Santa Cruz e Machico.
“É absolutamente vergonhoso que o Estado trate desta forma os seus polícias. Temos homens e mulheres exaustos, desvalorizados, com ordenados baixos, a trabalhar em condições precárias e muitas vezes em locais que envergonham qualquer democracia que se queira respeitadora das suas Forças de Segurança”, diz o deputado madeirense.
O deputado do Chega mostrou-se particularmente preocupado com aquilo que considera ser um clima generalizado de impunidade no país, no qual, a seu ver, “as pessoas não respeitam a autoridade, insultam e agridem os polícias e saem impunes, como se isso fosse normal”.
“Os polícias em Portugal estão a ser desrespeitados porque os indigentes sabem que o Estado não vai defender as Forças de Segurança. Sabem que, se agredirem ou ofenderem, nada lhes vai acontecer. E é esta complacência podre do Estado que está a incitar à violência contra quem nos protege”, referiu Francisco Gomes, deputado na Assembleia da República.
Para o deputado, é também inadmissível que os polícias sejam também das classes profissionais com as mais altas taxas de divórcio e de suicídio. “Isto só mostra que estes profissionais não se sentem acompanhados, nem protegidos. O Estado está a falhar e as consequências são gravíssimas, não só para os próprios como para a sociedade”, disse Francisco Gomes.