Sem risco é uma chatice! Sim, a política sem risco é chata! Disse-o Sá Carneiro! O risco é a chama que nos mantém despertos e vivos. É o sair da zona de conforto e trilhar o caminho mais sinuoso.
As últimas semanas e meses foram de riscos e desafios permanentes para vários políticos e forças políticas regionais. Uns ganharam, outros perderam. Que o diga Miguel Albuquerque que arriscou tudo e ganhou, quando lhe vaticinavam o fim político. Obteve a sua maior votação, vincou o seu faro político e mostrou que chatice teria sido não arriscar. É um político inteiro e deu-me uma lição!
A legislatura que agora começa encerra um ciclo de 2 anos de instabilidade política na região, provando que em democracia o povo é quem ordena e que à política só conta o que é da política. Estão reunidas as condições para uma governação até 2029. Estão reunidas as condições para quem governa governar e quem é oposição exercer esse direito com elevação.
Fui chamado para a governação regional. Nunca escondi que tenho preferência pelo poder executivo. Atónito e, quiçá, pouco refletido, disse sim… depois das três marias falarem. Consciente do risco, recusei-me à chatice. Ou então, não seria político. Mais uma vez, saltei da zona de conforto. Sei o que diziam por cá e por lá! E sei que não me seduzem os cargos. Serei sempre aquele que vem do povo e corre com o povo. Sou fruto da Autonomia que promove a elevação social. Como tal, servir a região e os madeirenses em causa pública, por bem maior, não me deixa indiferente. Há muito que Sá Carneiro me inspira! Só podia assumir o risco. E sim, assumo-me como político, na mais pura etimologia do verbo. Quando não o for, volta à escola!
Assumi o risco, desprendido do cargo mas comprometido com a função! A função é trabalhar pelo sector primário e por aqueles que diariamente labutam para termos pão na mesa. É trabalhar pelo desenvolvimento rural, pugnando para que a nossa identidade se preserve enquanto motor de uma economia sustentável. A função requer proximidade, capacidade de ouvir, planeamento estratégico e encaixe na decisão. Não me precipito na decisão, mas quando é para decidir não me furto à responsabilidade nem ao momento.
Assumi o risco, e deixo a zona de conforto com gratidão. Gratidão em quem aposta, confia e comanda esta equipa. Leal, verdadeiro e solidário, é com honra que servirei para sucesso do Presidente Albuquerque e do PSD-M, pois este sucesso será o sucesso da agricultura, das pescas e do desenvolvimento de base local e rural. Será o sucesso dos madeirenses e porto-santenses, será o sucesso da região.
E porque entendo que quando se executa não se comenta, sou grato também ao JM pelos quase 4 anos que me disponibilizou para comentar e emitir opinião neste espaço. Hoje, suspendo esta participação, dizendo: Obrigado JM. O foco passa a estar na execução, pelo que agradeço a oportunidade de aqui tornar públicas as minhas opiniões.
Inicio o caminho que se proporcionou, com uma dose de loucura sadia, pois não me resigno a ser “cadáver adiado que procria”!