Tarifas: Primeiro-ministro admite preocupação e está “em diálogo permanente com Comissão Europeia”

Para o primeiro-ministro, se é difícil controlar essas dependências quando se trata de recursos naturais, é mais fácil fazê-lo em áreas como a inovação tecnológica e digital.

O primeiro-ministro admitiu hoje preocupação com a aplicação das tarifas aduaneiras pelos Estados Unidos da América, disse estar “em diálogo permanente com a Comissão Europeia”, e remeteu para quinta-feira uma resposta do ponto de vista nacional.

Luís Montenegro respondeu muito brevemente a perguntas da comunicação social no final uma sessão sobre inovação e digitalização em Portugal, no Museu das Comunicações, em Lisboa, quando questionado sobre as tarifas que hoje entraram em vigor.

“Estamos preocupados, estamos a acompanhar, estamos em diálogo permanente com a Comissão Europeia e estamos também a tratar da nossa parte mais individualmente considerada. Amanhã teremos um Conselho de Ministros que será dedicado a esse tema e falaremos”, afirmou.

Questionado se Portugal não deveria já ter dado uma resposta, voltou a remeter para quinta-feira.

Fonte do gabinete do primeiro-ministro já tinha adiantado que o Conselho de Ministros de quinta-feira iria discutir o tema das tarifas aduaneiras aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos da América e debater eventuais respostas, depois das reuniões do Ministério da Economia entre terça-feira e hoje com associações empresariais.

Na sua intervenção no Museu das Comunicações, Montenegro tinha abordado o tema de forma lateral, quando defendeu a importância de Portugal estar a desenvolver o seu próprio modelo de linguagem de inteligência artificial, o Amália.

“Numa altura em que se discute agora a guerra comercial global à escala mundial, muito por causa do impulso tarifário da nova administração americana, do que nós estamos a falar é das regras do comércio à escala global e do jogo das dependências e interdependências entre os blocos comerciais à escala mundial”, afirmou.

Para o primeiro-ministro, se é difícil controlar essas dependências quando se trata de recursos naturais, é mais fácil fazê-lo em áreas como a inovação tecnológica e digital.

“A Europa não pode ficar para trás a olhar e a contemplar os avanços dos Estados Unidos e da China porque daqui a algum tempo é também no domínio da inteligência artificial que vamos estar dependentes de outras potências e com dificuldades de gestão quando houver tensões a nível económico, a nível estratégico, a nível geopolítico”, afirmou, dizendo já ter feito este alerta no Conselho Europeu.

Por isso, defendeu, “Portugal tem de fazer a sua parte”.

“Nós não queremos ficar para trás e é por isso que nós vamos continuar a reforçar o nosso investimento na área digital e o nosso investimento na área da inteligência artificial em particular”, assegurou.

As tarifas aduaneiras impostas pelos EUA entram hoje em vigor, tratando-se de uma taxa que se soma à tarifa mínima global de 10% que se começou a aplicar em 05 de abril.

Questionado sobre se a imigração é um tema em que pode haver consensos com a AD, Pedro Nuno Santos reiterou que as “áreas de soberania são áreas em que se deve procurar um consenso” que perdure para lá dos governos.

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