O Miradouro dos Balcões, no Ribeiro Frio, revelou-se pequeno demais para tanta procura este domingo. O que normalmente é um oásis de tranquilidade, conhecido pela beleza da flora, pelo chilrear das aves e pelas vistas soberbas sobre a costa norte da Madeira, transformou-se num cenário caótico, esta manhã. Aliás, cenas que se têm repetido com regularidade em horas de maior afluência.
As imagens enviadas ao JM por um leitor dizem tudo. Esta manhã não havia espaço para nada — nem para fotografar, nem para filmar, nem tão-pouco para circular.
“Foi algo nunca visto. Em vez do som dos pássaros, só se ouviam as buzinadelas dos carros, por causa do estacionamento completamente descontrolado e ilegal. Foi mau demais”, contou ao JM um visitante, que preferiu manter o anonimato.
Este leitor relatou ainda que em vários pontos do trilho mal se conseguia passar e, nalguns, teve mesmo de esperar que outros seguissem caminho para garantir a segurança.
A situação agravou-se, segundo o mesmo testemunho, pela ausência de fiscalização na entrada do percurso — algo que, garante, “habitualmente está controlado”.
Recorde-se que o acesso ao Miradouro dos Balcões obriga a percorrer a Vereda dos Balcões, um percurso pedestre recomendado (PR) com cerca de 1,5 quilómetros, sendo que os visitantes estrangeiros devem pagar uma taxa ambiental de 3 euros. Crianças até aos 12 anos e residentes locais estão isentos.
Face ao número inusitado de visitantes, hoje sem fiscalização à entrada do PR, o leitor suspeita que muitos terão contornado o pagamento da referida taxa, “burlando assim as medidas impostas pelo Governo Regional”.