A Rússia acusou hoje a Ucrânia de continuar a atacar infraestruturas energéticas russas, apesar do acordo que visava uma trégua parcial de ataque a este tipo de sistemas.
Durante uma discussão com o Conselho de Segurança do país, o Presidente russo, Vladimir Putin, discutiu a aplicação da moratória sobre os ataques às infraestruturas energéticas russas e ucranianas, acordada há uma semana.
Putin questionou o ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, sobre como estão a ser aplicados “os acordos entre a Rússia e a Ucrânia sobre o fim dos ataques mútuos aos sistemas energéticos”, no início da reunião, que foi transmitida pela televisão estatal.
A resposta do ministro, citando os relatórios regulares do Ministério, foi de que os militares ucranianos estão a “atacar unilateralmente” as instalações energéticas russas diariamente, apesar da moratória.
A resposta de Belousov não foi transmitida, uma vez que a reunião decorreu à porta fechada, tendo o ministro já denunciado um alegado ataque ucraniano a uma infraestrutura energética na região fronteiriça de Belgorod.
A Ucrânia, por outro lado, reportou um amplo ataque à cidade de Kherson, no sul do país, que deixou esta manhã (hora local) 45.000 habitantes sem eletricidade, disse o chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sybiga, acusando, por sua vez, Moscovo “de violar”, uma vez mais, o acordo de trégua parcial.
“A Rússia continua a violar este acordo”, disse o ministro, referindo-se ao frágil compromisso anunciado na semana passada por Washington após conversações separadas entre Kiev e Moscovo, que invadiu a Ucrânia há três anos.
Numa conferência de imprensa realizada com o homólogo lituano, Sybiga manifestou a vontade da Ucrânia em chegar a um acordo “mutuamente aceitável”
De acordo com o Kremlin, as Forças Armadas russas cumprem rigorosamente a ordem do Presidente russo de não atacar as infraestruturas energéticas ucranianas.
Em 18 de março, Putin aceitou a proposta do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estabelecer uma moratória de 30 dias sobre os ataques às infraestruturas energéticas ucranianas e russas, à qual se juntou, uma semana mais tarde, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A invasão russa já destruiu grande parte da rede energética ucraniana e a Ucrânia, por sua vez, ripostou com ataques a algumas infraestruturas do mesmo tipo em território russo.