PS diz que “falhanço no combate à pobreza” continua a colocar a Madeira entre as piores regiões do país

O facto de a taxa de pobreza na Madeira continuar a ser uma das mais altas do País revela, no entender do PS-M, o “falhanço das políticas governativas no combate a esta condição social.”

Para Marta Freitas, deputada à Assembleia Legislativa da Madeira, é a própria secretária regional da Inclusão e Juventude – em fim de mandato – que o reconhece ao afirmar que não existem planos nem estratégias perfeitos e ao admitir que o fenómeno da pobreza deverá aumentar nos próximos anos.

“Apesar de a Região ter vindo a ser governada há quase 50 anos pela mesma força política, e, por isso, ter tido condições para melhorar as difíceis condições de vida dos madeirenses, não o fez e continua a esconder-se atrás de desculpas”, aponta a socialista, destacando o facto de a Madeira apresentar valores piores do que o resto do País em diversos indicadores.

“Durante vários anos, os partidos da oposição, nomeadamente o PS-M, propuseram diversas medidas que seriam importantes para esbater as assimetrias, promover uma maior justiça social e melhorar a vida das pessoas, mas as mesmas foram sempre recusadas. Portanto, se há falhas nos planos e estratégias, o único responsável é o PSD, amparado nos últimos anos pelo CDS”, dispara a parlamentar.

Em nota de imprensa, Marta Freitas sublinha que os vários indicadores analisados colocam a Madeira entre as piores posições. “Até naquilo que para muitos pode parecer básico, que é a capacidade económica para ter uma refeição de carne ou peixe pelo menos de dois em dois dias, a Madeira está significativamente atrás, quando comparada com o resto do País”, exemplifica, não deixando também de apontar a preocupante realidade da pobreza escondida ou envergonhada, facto que, aliás, foi focado pela coordenadora do estudo de caraterização da pobreza, ontem apresentado.

Por outro lado, a deputada do PS não deixa também de reagir à constatação feita pelo presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza de Portugal, que deu conta que “onde há mais turismo há mais pobreza”. Uma conclusão que, salienta Marta Freitas, só vem dar razão ao PS quando tem vindo a apontar a importância da diversificação económica, mas, acima de tudo, a necessidade de fazer com que os indicadores económicos da Região tenham, efetivamente, efeitos práticos na vida das pessoas. “Como temos vindo a dizer, de nada nos serve apregoar os recordes do PIB, se isso não se reflete no dia a dia de toda a população”, acrescenta.

Apesar das dificuldades apontadas pelos inquiridos no acesso aos apoios sociais, Marta Freitas não deixa, contudo, de salientar que, se não fossem muitas medidas adotadas pelo Governo da República do PS, a situação seria pior. “Nos últimos anos, os Executivos do PS contribuíram decisivamente com uma série de soluções que têm um importante impacto social e ajudam a uma maior proteção social dos cidadãos em situação de maior vulnerabilidade”, realça, dando como exemplos o aumento do subsídio de desemprego, das pensões, do abono de família, do complemento social para os idosos ou ainda a Garantia para Infância.

Apontando as dificuldades no acesso à saúde e à habitação, mas também questões relacionadas com a educação como faces visíveis do fenómeno da pobreza, Marta Freitas salienta que a maioria alcançada pelo PSD-CDS nas últimas eleições já não dá ao Governo Regional mais desculpas para não resolver os problemas.

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