É hoje apresentado o estudo sobre a caracterização da pobreza na Região, efetuado pela Rede Europeia contra a Pobreza -EAPN/Portugal para o governo regional.
Elisabete Santos, coordenadora do estudo, adiantou aos jornalistas que, ao nível dos aspetos positivos, a taxa de pobreza e exclusão social baixou de cerca de 30% para 22% entre 2022 e 2024, distanciando se a Madeira dos Açores, a região do país mais pobre do país.
O estudo, que abrangeu 400 inquéritos a beneficiários de apoios sociais e 76 entrevistas presenciais, dá conta da evolução positiva das medidas de combate ao flagelo, que atinge não só desempregados, mas trabalhadores cujo salario não chega para todas as despesas e que atinge também famílias monoparentais.
Contudo, os inquiridos queixam-se das dificuldades no acesso a apoios sociais, bem como na Saúde. A importância da educação foi um aspeto valorizado pelos entrevistados, revelou ainda a coordenadora do estudo, que, por outro lado, disse que há casos de perpetuação da pobreza, passando de geração para geração.
O estudo, efetuado ao longo de 21 meses, visa ser um instrumento orientador mais para medidas mais eficazes para a atuação das entidades responsáveis junto dos mais desfavorecidos.
Já na sessão de abertura, o presidente da EAPN de Portugal destacou a importância do estudo, ressalvando que o mesmo não faz uma analise relacionada com o turismo, uma vez que há dados nacionais que demonstram uma ligação entre mais casos de pobreza em zonas de maior turismo.
Agostinho Jardim Moreira destacou, por outro lado, que nos últimos anos, houve um forte investimento na Região no combate ao flagelo, com a estratégia regional para esse fim e redução do desemprego.
Considerando que os dados obtidos e avaliados neste estudo são muito importantes, o responsável alertou que há muito trabalho para fazer, porque a Madeira continua a ser a segunda região mais pobre do país, com casos de pobreza intensa a que é preciso olhar. Os custos elevados da habitação são outra preocupação, afirmou Agostinho Jardim Moreira.
Concluiu que o combate à pobreza deve ser um designio nacional e regional.