Governo so(m)bra

Foi conhecido, não há muito tempo, o XVI (décimo sexto para os gregos) Governo Regional. Há quem diga que foi o que deu. O que se pôde arranjar! As sobras… Eu não concordo.

O Presidente, esse, não mudou. Podem deitar o homem abaixo quantas vezes quiserem que não haverá uma que não se reerga. É o nosso sempre-em-pé.

No Turismo também ficou tudo na mesma. Fiquem tranquilos que continuaremos a ser o melhor destino insular do mundo e quiçá da Europa. Os turistas continuarão a chegar aos magotes e os pontos turísticos entupirão como nunca. Para além disso, Eduardo Jesus continuará a “abraçar” a Cultura e, agora, o Ambiente, por troca com a Economia.

Economia essa entregue a José Manuel Rodrigues. Sim, aquele que diziam que se vendia pelo lugar de Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, deu uma chapada de luva branca aos críticos. Bravo. Fez-me lembrar aquela história que se conta de um padre que perguntou ao noivo se se estava a casar por amor ou por interesse, ao que ele respondeu: “deve ser por amor, porque interesse nela eu não tenho algum”. E o nosso CDS é assim. Puro. Sem truques nem segundas intenções. Aceita o que lhe derem. Sempre “a bem da estabilidade”.

Por falar em estabilidade, Jorge Carvalho também continua. A Educação, Ciência e Tecnologia são dele desde 2015 e é dos poucos que não se pode gabar de ser ou ter sido arguido. Lamentável.

Lamentável é também o ataque cerrado que está a ser feito à nova secretária regional da Saúde e Proteção Civil. A senhora ainda nem começou a lamber as feridas e já lhe estão a colocar o dedo nas mesmas. Uns apontam que, enquanto líder do Instituto da Segurança Social da Madeira, viu as suas contas serem chumbadas pelo Tribunal de Contas. Outros que foi incapaz de controlar, de forma eficiente, os valores de contribuições em dívida e que ascendiam a 52 milhões de euros só no final de 2022. Mas também, bolas. Implicam com tudo. Querem ver que nunca se enganaram numas continhas?

Por outro lado, há quem diga que, nesta pasta, ficámos a ganhar. Segundo esses, um problema ficou resolvido à cabeça. É que o seu antecessor andou anos a pedir mais meios. “A prioridade, neste momento, é que o Estado pague um segundo meio aéreo”, dizia Pedro Ramos aqui há coisa de 6 meses. E o que fez Miguel Albuquerque? Colocou, segundo dizem, um avião no lugar dele. Tomara que não seja um daqueles canadairs que só metem água.

Mas, agora aqui para nós que ninguém nos lê, o que mais me intrigou é como é que a primeira-dama aceitou esta “aquisição”, mas pronto. Já está, já está. E uma mulher segura de si, como ela, não se deve sentir ameaçada por qualquer rabo de saia…

Adiante, Finanças? O Jaime Filipe não quis, Cristina Pedra nem ponderou e o Duarte Freitas não teve querer. Ao contrário da anterior, com este não há mimimis. As contas batem certas. Já foi diretor regional do Orçamento e Tesouro. Deixem-no, ao menos, trabalhar e acabem com o mau agouro.

Na Inclusão, Trabalho e Juventude, a chefe continuará a ser uma mulher. Gosto! Só tenho pena que, apenas passado um ano, tenha que voltar a empacotar tudo e “regressar à base”. Oxalá o dom para fazer milagres esteja no sobrenome. É que o Margarido da Choupana tem conseguido salvar muito boa gente do desemprego. Se a, agora, da Quinta Vigia fizer o mesmo, oh oh…. É aposta ganha!

Nuno Maciel nas Pescas? Não conheço. Não faço ideia. Se perceber da poda tanto como eu de mecânica, corre o risco de ficar pelo caminho. Ou terá sido apenas para fartos de tanto vento forte e mar alteroso, afastar o furacão Rafaela? Não sei. O que sei é que, desde que lá esteve o Teófilo, para mim qualquer um serve. O que vier à rede é peixe.

Por fim, mas não menos importante, dos Equipamentos e Infraestruturas, saiu Pedro. Fino. (Curiosamente, de arguidos só ficou o Presidente. Afinal aquela lengalenga de que “arguido é uma garantia de defesa e não um anátema” não é para todos…). Para o seu lugar entrou Pedro Rodrigues. E isso prova, desde logo, duas coisas. 1.º, que os homens não se medem aos palmos. 2.º, que, no Governo, ao contrário da Disney, não há medidores na entrada que exigem altura mínima. Força Pedrinho. Fico a torcer para que, no fim e ao contrário de outros, saias pela porta grande.

Ps, não percebo tanto alarido à volta dos resultados do PS nas últimas eleições. É impressão minha ou só eu e o Cafôfo é que percebemos que a única forma do senhor chegar ao governo é copiar o CDS e ter apenas um deputado eleito? Acordem. E deixem o homem trabalhar…. Está no bom caminho!?

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