Casa arrumada em cinco dias

Miguel Albuquerque voltou a surpreender. Seguiu um modelo arriscado e invulgar durante a campanha, mostrou pragmatismo na noite eleitoral, assinou um acordo com o CDS em menos de dois dias, foi a Lisboa e fechou o Governo ao quinto dia.

Fez o que tinha prometido ao JM no início deste mês: uma mudança no Governo. Mudou e não foi pouco. Saíram cinco secretários e entraram seis. Mexeu nas Finanças, na Saúde, na Economia, na Inclusão, nos Equipamentos e na Agricultura. E ainda transferiu o Ambiente para o Turismo.

Como em tudo, o tempo dará ou não razão às escolhas, sobretudo nas pastas mais complexas. Mas, para já, o importante é começar a trabalhar. A formar equipas, a criar estruturas que sejam funcionais e capazes de retirar a governação dos serviços mínimos.

E depois de todo este longo processo, fica uma certeza: acabaram mesmo as desculpas para os sinais de alguma paralisia da máquina administrativa, sobretudo quando comandada por dirigentes não eleitos.

As eleições são como as cerejas

A Madeira mal acaba de encerrar as suas primeiras eleições deste ano e os partidos já andam entretidos com as de maio.

Na verdade, maio vai ser um passeio com as eleições para a Assembleia da República, igualmente importantes, mas adivinha-se muito menor entusiasmo e maior expressão do cansaço acumulado.

Comparando com o que se espera das autárquicas de setembro ou outubro, as legislativas nacionais serão bem mais calmas. Até porque ainda estarão a ser fechados dossiês do novo Governo e gabinetes das Secretarias.

Outra nota para a elaboração do novo Executivo prende-se com um elemento curioso: a dois dias das eleições, parecia que metade dos políticos da área da governação queria ir à sua vida. Dois dias depois das eleições, fica a ideia de que nem o dobro das Secretarias seria suficiente para tanta gente disponível para ser secretário.

A oposição a fazer contas

Se o Governo respira agora de alívio, na oposição é tempo de fazer contas a fundo. Sobretudo no PS, que passa para terceiro partido, mas também nas várias siglas que se atropelam a meio da lista sem que tenham conseguido o objetivo mínimo da eleição de um deputado.

Pior mesmo só o fim da tabela, onde permanecem partidos com votações absolutamente residuais, o que demonstra que o discurso não entusiasmou mais do que os dirigentes e familiares de candidatos com poucos amigos.

E ainda as sondagens

Durante a semana anterior às eleições foram muitos os ‘académicos’ de trazer por casa que se empertigaram com as sondagens. Do alto de uma sabedoria feita de nada, julgaram estudos, condenaram empresas e tentaram denegrir quem noticiou, como foi o caso do JM.

Foi tempo perdido. Com exceção do JPP e do PS, a sondagem da Intercampus esteve muito próxima do resultado eleitoral.

Mais importante do que isso: qualquer sondagem não é o espelho da contagem de votos. É um estudo sério com projeção de resultados e distribuição de mandatos, como fez o JM, cumprindo todas as regras.

O esquema Pouco Doce

Política à parte, merece destaque o alegado esquema montado na loja do Pingo Doce de Santo António. Trata-se de um caso invulgar pela sua dimensão económica e social que o JM vem acompanhando desde o início.

Tão curioso quando a alegada ação danosa é o modelo de intervenção do sindicato que faz da defesa o ataque ao grupo empresarial e a quem torna público um processo desta dimensão.

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