Duas organizações internacionais de saúde anunciaram estarem prontas para seguir para Myanmar para apoiar os esforços de assistência aos feridos na sequência do forte terramoto que abalou hoje o país, bem como a Tailândia.
Em Genebra, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou ter ativado o sistema de gestão de emergências e o centro logístico no Dubai foi mobilizado para apoiar os feridos.
“A OMS está a coordenar as operações de resposta ao terramoto a partir da sede em Genebra, porque consideramos que se trata de um acontecimento enorme, que representa uma ameaça muito, muito grande para as vidas e para a saúde”, declarou à imprensa a porta-voz da agência, Margaret Harris.
A organização ativou o centro logístico no Dubai, nomeadamente para reunir material para os feridos e artigos médicos, como fixadores externos utilizados em traumatologia, porque espera um número de feridos elevado, acrescentou.
A OMS também se vai concentrar no fornecimento de medicamentos essenciais, uma vez que as infraestruturas de saúde de Myanmar (antiga Birmânia) podem ter sido danificadas.
Harris sublinhou que, devido à experiência recente da OMS com os terramotos na Turquia e na Síria, a organização “sabe muito bem o que enviar primeiro”.
A organização já tem uma unidade especial a trabalhar em Myanmar, que tem sido devastada por uma guerra, com combates entre as forças rebeldes e o exército.
Nas últimas semanas, a OMS tem estado a avaliar as melhores formas de prestar ajuda ao país,
“Estamos prontos para partir, mas agora precisamos de saber exatamente onde, o quê e porquê. Neste momento, as informações provenientes do terreno são verdadeiramente essenciais”, sublinhou Harris.
Também a partir da sede, em Genebra, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu um acesso rápido e sem entraves às zonas afetadas.
“O pessoal médico e humanitário dos MSF em Myanmar e nos países vizinhos está pronto para responder em grande escala às necessidades das comunidades afetadas, logo que as autoridades facilitem o acesso rápido e sem entraves das equipas para efetuar avaliações e prestar cuidados médicos”, declarou a organização.
“A capacidade de enviar equipas de avaliação e, idealmente, equipas cirúrgicas, é crucial nas primeiras horas e dias após um terramoto para prestar cuidados cirúrgicos vitais aos feridos”, salientou.
Os MSF, organização com sede em Genebra, sublinharam que, dada a magnitude de 7,7 do terramoto, o impacto humano poderá “ser devastador”, particularmente para quem necessitar de cuidados imediatos.
O forte sismo ocorrido em Myanmar causou pelo menos 144 mortos e 732 feridos no país, indicou um balanço provisório divulgado pelo chefe da junta militar birmanesa, que previu um aumento do número de vítimas.
O sismo ocorreu às 12:50 (06:20 em Lisboa), a uma profundidade de 10 quilómetros (km), com epicentro localizado a cerca de 17 km de Mandalay, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que mede a atividade sísmica em todo o mundo.
Mandalay é a segunda maior cidade de Myanmar, com 1,2 milhões de habitantes, e a 270 km a norte da capital, Naypyidaw.
Em Banguecoque, na Tailândia, a cerca de mil quilómetros de distância, foram registados, até ao momento, 10 mortos e 100 desaparecidos.
O sismo também foi sentido em várias cidades do sul da província chinesa de Yunnan, embora até agora os danos registados tenham sido pouco significativos.