Legislativas: Ventura assegura que Chega não terá candidatos suspeitos de corrupção

O presidente do Chega, André Ventura, assegurou hoje que o partido não terá nas suas listas candidatos a deputados suspeitos de crimes de corrupção e indicou que os nomes serão conhecidos na próxima semana.

“Todos os deputados que vão integrar as listas são deputados que respeitam absolutamente a ética da democracia, e são deputados que respeitam absolutamente o dinheiro público e a garantia de que nenhum dos deputados está envolvido em crimes de corrupção, em crimes de desvio de dinheiro. Aquilo que PS e PSD têm aos lotes, nós não vamos ter”, afirmou.

O presidente do Chega fez uma distinção entre estes e outro tipo de crimes, lembrando que já foi acusado de difamação e não deixou a liderança do partido por causa disso.

“Isso é uma coisa, outra é andar a desbaratar o dinheiro que é de todos”, sustentou.

Para não correr riscos, Ventura indicou que o partido está a fazer um trabalho “de escrutínio, de verificação”, consultando as distritais e pedindo o registo criminal dos candidatos.

André Ventura falava aos jornalistas durante uma visita à Futurália, em Lisboa, onde disse que os candidatos do partido serão anunciados na próxima e assumirá a sua responsabilidade “por todos os nomes que apresentar”.

“Não vos vou prometer que o Chega nunca terá caso nenhum, nenhum líder pode prometer isso, e se o prometer está a mentir. O que posso prometer é que vou agir como agi nos últimos casos, com firmeza, sem esconder, imediatamente com determinação e resolução, dizendo que a limpeza que nós queremos exigir para o país é a mesma limpeza que aplicamos no partido”, indicou.

O líder do Chega voltou a traçar como objetivo vencer as eleições, afirmando que se tal não acontecer, “será um mau resultado”.

O presidente do Chega voltou a criticar a escolha de Hernâni Dias para cabeça de lista por Bragança da coligação PSD/CDS-PP e considerou que “os candidatos do PSD não são sérios, não é uma lista séria”, apelando a Luís Montenegro que faça alterações.

Na ocasião, André Ventura foi questionado novamente sobre os debates que antecedem as legislativas de 18 de maio e voltou a criticar o primeiro-ministro por querer indicar o líder do CDS-PP, Nuno Melo, para os frente a frente com BE, Livre e PAN.

O presidente do Chega acusou Luís Montenegro de estar a “menorizar a democracia, mas também outros adversários” e considerou importante que dê esclarecimentos, entre outros, sobre a notícia do Expresso que dá conta de uma investigação do Ministério Público às adjudicações na Câmara Municipal de Espinho.

Segundo o jornal, o escritório SP&M, onde Luís Montenegro foi sócio até 2022, consta entre os denunciados no inquérito, uma vez que prestou serviços jurídicos à autarquia entre 2014 e 2021.

“É insustentável ter um primeiro-ministro nestas condições, recandidato a primeiro-ministro, que continua a dizer que o voto decidirá. O voto não decidirá”, defendeu, considerando que “Luís Montenegro não se pode recandidatar, é uma questão de ética na política”, defendeu.

André Ventura visitou a Futurália acompanhado por vários deputados e dirigentes do partido, entre os quais a líder da Juventude Chega, Rita Matias. Durante a visita foi abordado por dezenas de jovens que queriam tirar uma fotografia consigo, mas ouviu também críticas, como “fascista”. Momentos antes de falar aos jornalistas, foi atirado um panfleto amarrotado, que acertou na cabeça do líder do Chega, que se assustou.

Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *