Marítimo vive ‘crise’ diretiva na antecâmara de Assembleia Geral de destituição

Assemblea Geral destitutiva está agendada para quinta-feira.

A Assembleia Geral (AG) de destituição da atual direção do Marítimo decorre na quinta-feira, após a entrega de um requerimento assinado por cerca de 70 associados, insatisfeitos com a gestão do clube da II portuguesa de futebol.

“Prevalece sempre a palavra da maioria dos sócios, em que podemos comparar com uma moção de censura a um governo”, explicou um dos membros do movimento, que preferiu fcar no anonimato, em declarações à agência Lusa.

A mesma fonte salienta que o presidente da direção “nunca veio dar a cara” nos últimos meses, explicando que esta reunião magna serve como um referendo à gestão dos atuais corpos sociais, apontando falhas na vertente desportiva, financeira e ao nível das infraestruturas.

À frente dos destinos do Marítimo desde novembro de 2023, Carlos André Gomes assume que apenas fez obras por “extrema necessidade”, admitindo, porém, o mau desempenho na II Liga portuguesa de futebol, em que o clube é 14.° classificado, com 30 pontos, a 14 dos lugares de subida.

“Em relação à parte desportiva, nós assumimos a responsabilidade. A equipa [de futebol profissional] não correspondeu às expectativas que todos nós tínhamos. E isso é responsabilidade do presidente, como líder máximo que valida as escolhas”, referiu Carlos André Gomes à agência Lusa.

Os signatários do documento a solicitar a marcação de uma AG extraordinária argumentam que esta direção “não cumpriu nada” do que prometeu no programa eleitoral, visando também a degradação das finanças e a procura de um investidor privado.

“O senhor presidente nunca fez tantos esclarecimentos como agora. Sempre disse que não ia vender o clube [a investidores], falou que era para subir de divisão e agora o Marítimo luta para não descer”, apontou o associado.

Carlos André Gomes defende que há um “rigor muito grande” em todas as áreas do clube, rejeitando um descontrolo ao nível das contas.

“A parte financeira resulta daquilo que é a perda de receitas por estarmos na II Liga. Portanto, não há devaneios financeiros desta direção”, confidenciou.

O dirigente, de 54 anos, diz que apenas está preocupado em fazer o seu trabalho “em prol do Marítimo”, deixando essa avaliação para os associados que votarão na AG destitutiva.

“Se decidirem que esta direção não corresponde às expectativas que eles anseiam, sairemos sem problema nenhum e de forma tranquila, porque o nosso trabalho foi feito de forma séria e responsável”, concluiu o presidente do Marítimo.

A AG de destituição vai ter lugar no Complexo Desportivo do Marítimo, em Santo António, na quinta-feira, às 19:00, cuja ordem de trabalhos prevê a apreciação, discussão e votação do requerimento para destituição dos membros dos órgãos sociais.

Caso seja aprovada a proposta de destituição dos atuais corpos sociais, cuja votação decorrerá em urna secreta, será marcada a data das próximas eleições, ainda sem potenciais candidatos conhecidos.

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