Rede de agressão homofóbica e crimes de ódio desmantelada na Áustria

As autoridades austríacas detiveram 18 pessoas acusadas de “crimes de ódio” por orquestrarem e participarem em ataques planeados contra membros da comunidade LGBT+, que emboscaram através das redes sociais.

Dos 18 detidos até agora, 13 foram enviados para prisão preventiva, enquanto os interrogatórios dos restantes continuam, informou hoje Christian Kroschl, porta-voz do Ministério Público de Graz, responsável pela investigação correspondente que ainda está em curso.

A Áustria pediu à Eslováquia que extraditasse outra pessoa detida naquele país vizinho.

Nas 26 buscas domiciliárias realizadas até agora, “foram apreendidos numerosos objetos e confiscados dispositivos de armazenamento de dados dos arguidos para análise forense”, disse o porta-voz, citado pela agência local APA.

O Ministério Público suspeita que os detidos, na sua maioria jovens, utilizaram contas falsas nas redes sociais para atrair pessoas, sobretudo homossexuais, para encontros em locais remotos.

Ali, um grupo de mascarados aguardava os enganados, que maltratavam, espancavam, roubavam e humilhavam, filmando tudo e publicando os vídeos na Internet.

“A polícia e o Ministério Público têm investigado um grupo de perpetradores há vários meses. Eles são suspeitos de atacar brutalmente, humilhar e, em alguns casos, ferir gravemente as suas vítimas subsequentes devido à sua orientação sexual”, disse a Polícia do estado federal da Estíria num comunicado publicado no seu site.

O grupo defendeu as ações afirmando que eram dirigidas contra “pedófilos”. Em algumas casas revistadas foram encontradas relíquias e símbolos nazis.

Relativamente ao número de vítimas, as autoridades identificaram até agora 17, mas estimam que o número seja superior, razão pela qual apelaram a outras possíveis pessoas afetadas para apresentarem queixa.

Já na sexta-feira tinha sido reportada a detenção de doze homens e três mulheres com idades entre os 14 e os 26 anos, em rusgas realizadas nesse dia em sete dos nove estados federais da Áustria, bem como na Eslováquia, nas quais participaram cerca de 400 agentes.

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