O primeiro-ministro britânico defendeu hoje a necessidade de preparar uma força de manutenção de paz para um futuro acordo entre a Ucrânia e a Rússia devido ao risco de Moscovo poder violar um cessar-fogo.
“É de importância vital que façamos esse trabalho, porque uma coisa termos a certeza: um acordo sem nada que o sustente é algo que [o Presidente russo, Vladimir] Putin vai violar”, afirmou Keir Starmer.
O chefe do Governo britânico falava durante uma visita à base militar de Northwood, perto de Londres, onde estão reunidos os chefes de Estado-Maior de cerca de 25 países.
O encontro para planear detalhes de uma futura força de manutenção de paz na Ucrânia aconteceu na sequência de duas cimeiras de dezenas de líderes internacionais organizadas pelo Reino Unido este mês.
“O que está a acontecer aqui é transformar essa intenção política em realidade, o conceito em planos”, afirmou Starmer. “Quer se trate do que pode acontecer no mar, no ar ou na defesa das fronteiras, estes planos estão a tomar forma”, acrescentou.
No sábado, Starmer tinha dito, depois de uma videoconferência com líderes internacionais, que o processo de planeamento de uma força de manutenção da paz na Ucrânia ia entrar numa “fase operacional”.
O Reino Unido tem estado a tentar juntar uma coligação de países dispostos a ajudar a fazer cumprir um acordo de paz que possa ser alcançado entre Kiev e Moscovo.
O primeiro-ministro britânico não adiantou quais os países que assumiram compromissos concretos para integrar essa força de manutenção da paz, mas disse, na altura, existirem “diferentes capacidades de diferentes países”.
Questionado pela cadeia britânica BBC, o secretário de Estado das Forças Armadas, Luke Pollard, escusou comentar se os países terão soldados e equipamento suficientes.
“Não creio que seja útil especular sobre números neste momento, precisamente porque essas discussões estão a decorrer com as equipas de planeamento militar, e não beneficia ninguém, exceto Putin, se divulgarmos a nossa estrutura de forças”, respondeu.
Além de soldados no terreno, vincou que a força de manutenção de paz “terá uma grande ênfase no poder aéreo e também nas capacidades marítimas”.
A Rússia tem reiterado que não vai aceitar a presença de tropas de países da NATO em solo ucraniano, e até agora o Presidente norte-americano, Donald Trump, não confirmou se os EUA vão ajudar os aliados no caso de um ataque russo.