A ofensiva israelita na Faixa de Gaza, retomada na terça-feira após um cessar-fogo de dois meses, matou pelo menos 591 palestinianos e feriu 1042 nas últimas 72 horas, indicou hoje o Governo local, do movimento islamita palestiniano Hamas.
“Desde a madrugada de terça-feira até agora, o Exército de ocupação israelita cometeu dezenas de massacres em diversas zonas da Faixa de Gaza, através de violentos bombardeamentos aéreos direcionados, e sem aviso prévio, contra habitações de civis. Isto causou a morte de 591 palestinianos e ferimentos em outros 1.042 que conseguiram chegar aos hospitais”, refere o Governo num comunicado.
Na nota, o Governo de Gaza recorda ainda que a percentagem de crianças, mulheres e idosos mortos ultrapassou os 70% do total de mortes durante este período, razão pela qual considera que Israel “continua a atingir diretamente civis como parte de um crime sistemático de genocídio”.
“Esta agressão brutal reflete a intenção premeditada da ocupação de completar o genocídio do nosso povo na Faixa de Gaza, com o apoio dos Estados Unidos e um vergonhoso silêncio internacional”, acrescenta no texto.
Só hoje, pelo menos 95 habitantes de Gaza foram mortos e mais de 100 ficaram feridos em novos ataques que atingiram a Faixa de Gaza de norte a sul, indicaram fontes médicas.
O grupo islamita aponta ainda o Governo norte-americano, principal aliado de Israel e que lhe tem fornecido armas desde o início da guerra, “como totalmente responsável pelos massacres em curso e pela limpeza étnica” do povo palestiniano.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu antes e depois de tomar posse, a 20 de janeiro, que ia pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas em Gaza e obter a libertação de todos os reféns israelitas ainda mantidos em cativeiro pelo Movimento de Resistência Palestiniano.
Por outro lado, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou hoje às suas tropas, após uma reunião com altos responsáveis da Defesa, que “continuem a intensificar as operações em Gaza”, onde “a pressão militar está já a afetar as posições do Hamas”.