A travagem repentina de opções e estratégias políticas pode conduzir ao adiamento de projetos, que com a indefinição governativa podem resultar em desânimo e consequente desistência por parte dos investidores. As empresas preferem segurança jurídica e previsibilidade para alocar os seus capitais e os seus investimentos, e a instabilidade política não favorece a criação de um ambiente favorável aos investimentos.
Não são apenas as empresas que sentem os efeitos dessas constantes interrupções, esse efeito é transversal a toda a sociedade. Sabem que, com a desaceleração da economia, o desemprego tende a crescer. No entanto, reconhecem que os anos de garantias governamentais em termos de investimento e estabilidade se traduzem em benefícios palpáveis. Estão igualmente conscientes de que, sem uma estabilidade prolongada, a economia poderá sofrer grandes impactos, adicionalmente também ameaçada, a nível mundial, por uma crise comercial de escala global.
Atualmente, os indicadores do mercado de trabalho da Madeira são encorajadores, com um aumento das ofertas de emprego em 21,5% comparativamente ao mês anterior e uma redução do número de desempregados inscritos em dezembro. No entanto, reitere-se que a confiança dos empresários na continuidade das políticas públicas é essencial para o caminho da plena empregabilidade e desenvolvimento económico.
Travando a fundo, perde-se igualmente a possibilidade de beneficiar de fundos europeus cruciais para o nosso desenvolvimento, nomeadamente o quadro comunitário Madeira 20-30 e o PRR. Uma boa aplicabilidade desses fundos só é possível com um governo em plenitude de funções. Uma governação instável compromete a correta alocação de recursos, colocando em risco o acesso a financiamento futuro.
Os dados indicam que a economia da Madeira está num ciclo positivo, impulsionado pelo turismo, pelo investimento e pelo consumo privado. O Indicador Regional de Atividade Económica (IRAE), que subiu em dezembro para 3,3%, aumentando 2,5% face ao mês anterior, revela um crescimento da economia regional e é um reflexo das políticas que vêm sendo implementadas e da confiança dos investidores na região.
Sem estabilidade, não há confiança. Sem confiança, não há investimento. E sem investimento, o futuro económico da Madeira sai travado!