O cabeça de lista do PS às eleições regionais da Madeira defendeu hoje que tudo será avaliado no domingo, a começar pelo processo judicial no qual o seu adversário Miguel Albuquerque (PSD) está envolvido como arguido.
“Eu diria que é tudo avaliado no domingo, a começar obviamente pela questão judicial”, realçou Paulo Cafôfo, em declarações aos jornalistas junto ao Largo do Chafariz, no Funchal, onde a candidatura deu início a uma ação de contacto com a população, distribuindo material de campanha.
Mas não é só o processo judicial que será alvo de julgamento por parte dos eleitores, considerou o líder dos socialistas madeirenses, salientando a postura assumida por Miguel Albuquerque, ainda presidente do Governo Regional, na gestão do grande incêndio de agosto do ano passado.
“Fugiu para o Porto Santo, para as suas férias, quando as pessoas estavam a fugir das suas casas com fogo à sua porta. Portanto, é também isto que vai estar em avaliação no próximo domingo”, referiu o candidato.
“Aliás, não é por acaso que Miguel Albuquerque não aparece nos cartazes do seu partido. Isto porque ele sabe bem que vale menos do que o próprio PSD”, apontou.
Recusando comentar a campanha do candidato social-democrata, que não tem tido iniciativas todos os dias, Cafôfo disse que aquilo que pode comentar é que “Miguel Albuquerque usa e abusa da sua posição de presidente do Governo para fazer campanha”.
“Ou seja, utiliza os meios públicos para fazer campanha, o que causa, obviamente, desigualdade na ação política”, acrescentou.
O socialista disse, por outro lado, que depois de conhecido o resultado eleitoral é necessária “toda a serenidade, toda a tranquilidade” e “colocar em primeiro lugar os interesses das pessoas e não os interesses partidários”.
“Se os partidos derem um passo atrás naquilo que são os seus interesses, para depois todos juntos darmos um passo em frente com os interesses dos madeirenses e dos porto-santenses, essa é a posição correta e, obviamente, espero liderar com toda a calma e serenidade, mas com toda a responsabilidade, uma solução governativa no dia a seguir às eleições”, realçou.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) – e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
Após as eleições do ano passado, também antecipadas, o PSD fez um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta.