A cidade de Veneza não é somente canais, mosaicos, Carnaval, nem apenas São Marcos com admiráveis ícones em todo o edifício, cavalos roubados em Constantinopla, ouro, muito ouro e o que muito me dói a imagem protetora da cidade de Constantino.
Várias vezes que visitei esta cidade, principalmente vindo de Pádua cidade onde pregou e está sepultado Santo António de Lisboa e Pádua, conhecido por “il Santo”.
Hoje, quero referir um dos grandes eventos, a 60ª Bienal de Arte, do ano 2024. Um facto muito raro foi a nomeação de um brasileiro, o artista Adriano Pedrosa, diretor do Museu de Arte de São Paulo. Ele é o primeiro diretor de Arte da Bienal de Veneza do hemisfério meridional.
Pedrosa reuniu 332 artistas, a maior parte deles desconhecidos, ao menos do sul do mundo, dizendo que é uma “culpa histórica.”
Esta monumental exposição vai de 20 de abril a 24 de novembro de 2024.
Atrás da entrada da rotunda encontra-se a frase de um poeta turco Narim Uikmet: “O exílio é um trabalho duro”. 37 artistas do sul do mundo, vindos da África, Ásia, Médio Oriente e América Latina com peças antigas e indígenas, cerâmicas, caligrafias, paisagens, manuscritos entre o cómico e o esotérico.
Diversos países deram o seu contributo nos jardins, como os alemães. Nas ruínas da Certosa do século XV instalaram um alto falante, o terreno está cheio com restos de edifícios antigos, antes da primeira guerra mundial, a Grã-Bretanha realizou um precioso precursor sobre a crise climatérica, o pavilhão da Áustria arriscou um comento sobre o regime russo.
O México, o Perú, a zona amazónica trata o tema das migrações.
A Santa Sé, com o título e tema “Com os meus olhos” trata da casa de reclusão feminina da Judeca-Santa Eufémia. O cárcere feminino tem 90 mulheres, que estão vigiadas pela polícia.
Estas mulheres têm fome de amor. Arte e cárcere são duas realidades difíceis de reconciliar. Quando a Santa Sé abriu as portas do seu Pavilhão, a conspiração veio do Papa Francisco, como afirmou o Cardeal Tolentino Mendonça durante uma conferência na Imprensa. “Quando foi proposto construir o pavilhão da Santa Sé não se afigurava esta situação”. Arte e prisão, não rimam entre si. Diversos países deram os seus contributos que continuaram sob a direção do artista brasileiro Pedrosa.
A 69ª Exposição de Arte abriu os olhos a países do sul da Europa. É uma forma e exemplo que o Papa Francisco prura para conhecer o mundo, tanto mais para conhecer
a Igreja tanto mais que ele também era um Cardeal não europeu tendo escolhido candidatos a cardeais de todo o universo religioso.
O mesmo acontece agora com as “jornadas Mundiais da Juventude” na Coreia do Sul, na Ásia, país que passou da pobreza à prosperidade. No aspeto político instituiu uma
“democratização do baixo” que a distingue dos países vizinhos da Ásia Oriental, ele agora exporta a sua.
É interessante notar que no nosso Colégio Português em Roma Recebe todos os anos alguns estudantes, apesar de ter o seu próprio Colégio.
Perguntei no ano passado quantos padres ordenou nesse ano, ele respondeu-me 23, o mesmo que aconteceu no ano passado.
Neste país o cristianismo afirmou-se com muita força sendo trazido por cristãos leigos que vieram de fora. Fazem agora parte da nação alguns foram até martirizados. A partir do ano 1980 esta comunidade, contribuiu com 1007 colaboradores até ano 2022 ao desenvolvimento internacional por meio das suas instituições. Se antes era uma igreja que recebia, agora é uma igreja que dá. De beneficiada tornou-se benfeitora e uma ponte entre mundos diversos. Receber o GMG em 2027 é muito significativo para uma pastoral juvenil que está sempre em mudança, segundo o adágio ECCLESIA SEMPER RENOVANDA.