Os resultados oficiais das eleições legislativas no Kosovo publicados hoje à tarde, mais de um mês depois do sufrágio, confirmaram a vitória do partido do primeiro-ministro cessante, Albin Kurti, mas sem uma maioria que lhe permita governar sem coligação.
A contagem dos votos foi muito demorada, sobretudo devido à avaria das máquinas da comissão eleitoral no dia da votação e à contagem dos votos da grande diáspora.
Vetevendosje (Autodeterminação), o partido de Kurti, obteve 42,3% dos votos, anunciou a Comissão Eleitoral Central (CEC), conquistando 48 dos 120 lugares no Parlamento.
Kurti deve agora tentar formar uma coligação. Se não o conseguir, a oposição pode tentar formar uma coligação própria.
Em segundo lugar, o Partido Democrático do Kosovo (PDK), cujo fundador e líder histórico, Memli Krasniqi, está detido em Haia, acusado de crimes de guerra, obteve 20,95% dos votos, o que corresponder a 24 lugares no Parlamento.
Logo atrás ficou a Liga Democrática do Kosovo (LDK), com 18,27% dos votos.
As negociações para a formação de uma coligação deverão ter início imediatamente após o anúncio dos resultados oficiais.
As minorias nacionais, que detêm 20 lugares no parlamento, poderão desempenhar um papel decisivo nestas negociações.
Além da difícil situação económica de um dos países mais pobres da Europa, quem conseguir formar governo terá também a tarefa quase impossível de relançar as negociações com a Sérvia, para as quais a comunidade internacional faz pressão.
As relações entre o Kosovo e a Sérvia, que nunca reconheceu a independência da sua antiga província em 2008, nunca foram pacíficas e as tentativas de normalização das relações falham regularmente.
Só o êxito das negociações permitirá ao Kosovo e à Sérvia aderirem à União Europeia (UE), à qual ambos são candidatos.