Óbito/Miguel Macedo: Parlamento presta homenagem com deputados de PSD e CDS emocionados

Os partidos manifestaram hoje pesar pela morte do ex-ministro Miguel Macedo, com o líder parlamentar do PSD a afirmar que o país perdeu “um dos seus melhores” e visivelmente emocionado, à semelhança do centrista João Almeida.

“Hoje o país perdeu um dos seus melhores. O PSD perdeu um dos seus grandes. Eu perdi um grande amigo”, lamentou Hugo Soares, visivelmente emocionado, no início da sessão plenária na Assembleia da República, depois de ter sido noticiada a morte do ex-ministro social-democrata Miguel Macedo, aos 65 anos.

Confessando alguma dificuldade em fazer esta intervenção, Hugo Soares considerou que hoje o país perdeu “um verdadeiro príncipe da política, alguém de uma integridade à prova de bala, de uma lealdade no combate político como era rara, de uma competência em tudo que punha, que era absolutamente ímpar”.

O líder parlamentar do PSD salientou que Miguel Macedo “nunca se escondeu atrás de ninguém, no combate, na vida, nas opções políticas e pessoais que fez” e que “sofreu muito pela política e pela intervenção política que teve” mas “foi sempre capaz de enfrentar as dificuldades com nobreza de caráter e elevação”.

“Numa hora como esta, em que expresso também à família as minhas mais sentidas condolências, não sei se o Miguel teria muita gente para escolher para fazer esta intervenção num momento como este. Mas tenho a certeza, e permitam-me que vos diga, que de alguns que ele pudesse escolher, ele gostava muito que fosse «o puto», como ele me sempre chamou, a poder fazê-la”, recordou, aplaudido de pé no final da intervenção.

Também emocionado, o deputado do CDS-PP João Almeida, que foi secretário de Estado de Miguel Macedo quando este era ministro da Administração Interna, afirmou que a política lhe deu “a enorme honra de servir o país sob a sua direção”.

“Foram muitas horas de trabalho conjunto e muitos quilómetros percorridos pelo país”, recordou, enaltecendo o seu “legado estadista” e o “extraordinário sentido de humor”.

João Almeida lamentou que a política tenha sido “ingrata” com Miguel Macedo, mas afirmou que muitos agentes da autoridade e bombeiros “tiveram honra de vestir uma farda e servir o país quando tinham um ministro que zelava por eles”.

“Deixa-nos cedo, mas deixa-nos muito. Deixa-nos fracos, mas deixa-nos ricos”, destacou.

Rodrigo Saraiva, o presidente da Mesa em exercício, foi o primeiro a manifestar pesar pela morte de Miguel Macedo, dirigindo “sentidas condolências” à família e ao Grupo Parlamentar do PSD.

A líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, que partilhava painel com Miguel Macedo no programa da TSF e CNN Portugal, “O Princípio da Incerteza”, disse poder “atestar a amabilidade, a simpatia e a correção” de Miguel Macedo.

“E, portanto, aqui fica a nossa consternação, os nossos sentimentos e creio que, em momento próprio, haverá ocasião para se aprovar um minuto de silêncio ou alguma coisa nesta casa, mas fica aqui a nossa nota”, acrescentou.

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