És aurora que se estende sobre o silêncio da terra,
um poema sussurrado pelo vento,
mistério de luz e sombra,
força antiga que habita o ventre do mundo.
No teu corpo desenha-se a vida,
curvas de maré e alvorada,
no teu sangue corre a história,
nos teus passos, o rumo da humanidade.
És mãe, a primeira morada,
berço onde germina o milagre,
mãos que embalam o futuro,
peito que amamenta esperanças.
És esposa, alicerce e refúgio,
na partilha do olhar, na ternura dos gestos,
guardas no silêncio as promessas,
és porto seguro na tempestade da existência.
És filha, herdeira do passado,
caminhante da tradição e do novo,
aquela que escuta e que desafia,
semeando a liberdade no solo das gerações.
És cuidadora, presença que acalenta,
voz que consola, mãos que saram,
és o colo onde o mundo repousa,
és o gesto simples que sustém vidas.
Mas és também mulher livre,
que levanta o rosto e ergue a voz,
que caminha com passos próprios,
na certeza de quem se basta e se pertence.
És mulher que trabalha, que sonha, que constrói,
arquitetando futuros com coragem e saber,
és quem levanta muralhas e colhe frutos,
quem semeia esperança em cada amanhecer.
Sagrada és, na tua essência indomável,
na tua capacidade de renascer das cinzas,
na tua resiliência silenciosa,
no teu poder de criar e de cuidar.
És natureza, és fogo e mar,
vento que rasga o tempo,
terra que dá vida,
água que molda o mundo.
És o grito e o silêncio,
o abraço e o embate,
és beleza que desafia as sombras,
és força que não se quebra.
Em cada célula tua pulsa o universo,
és início, meio e eternidade,
és a história escrita em cada ruga,
és a promessa de cada novo dia.
Mulher, em ti mora o infinito,
és semente e colheita,
és começo e recomeço,
és o poder mais puro,
és a força mais bela.
Que ninguém te cale, que ninguém te diminua,
pois em ti habita o sagrado da criação,
em ti se espelha a beleza do mundo,
e na tua coragem se escreve a história da vida.