Mais de metade dos consumidores incapaz de identificar itens da fatura da luz

O conhecimento sobre as rubricas ou itens presentes nas faturas dos consumidores, agora fixado em 36,1%, aponta para um agravamento deste indicador, que em 2020 se situava nos 42,2%.

Mais de metade dos consumidores não consegue identificar rubricas ou itens presentes na fatura da eletricidade, de acordo com o estudo de literacia na área da energia, hoje divulgado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

Esta é uma das conclusões do estudo de literacia dos consumidores de energia relativo a 2024, realizado pela ERSE através da consultora Qmetrics, sendo que, no que diz respeito à capacidade de identificar rubricas ou itens na fatura, os resultados demonstram que não houve evolução significativa face ao que se verificava em 2020, data do último estudo deste género.

Já o conhecimento sobre as rubricas ou itens presentes nas faturas dos consumidores, agora fixado em 36,1%, aponta para um agravamento deste indicador, que em 2020 se situava nos 42,2%.

Entre os consumidores que demonstraram algum conhecimento nesta matéria, as rubricas mais identificadas foram as relativas a taxas e impostos (17,5%), contribuição audiovisual (10,8%) e o preço pago pela potência contratada (9,8%).

A análise do regulador permitiu determinar o índice de literacia dos consumidores em 45,3 pontos, registando-se uma ligeira evolução positiva face ao estudo anterior, em que aquele índice se fixou em 42,8.

Segundo a ERSE, o índice de literacia é mais elevado entre consumidores do género masculino, com idades entre os 36 e os 55 anos, indivíduos com escolaridade ao nível do ensino superior, consumidores com despesas médias mensais mais elevadas e aqueles que são responsáveis pela contratação do fornecedor de energia.

Com base em 410 entrevistas telefónicas a consumidores particulares foi ainda possível concluir que cerca de dois terços dos consumidores domésticos sabem da existência dos mercados regulado e liberalizado de energia, dos quais aproximadamente 85% reconhecem a diferença entre os dois tipos de mercado, em linha com o nível de conhecimento demonstrado em 2020.

Mais de metade dos consumidores afirmou já ter mudado de comercializador de energia, o que representa um aumento face a 2020, com o preço a manter-se como o principal motivo da mudança.

Ainda assim, apenas 23,3% dos consumidores domésticos revelou conhecer a existência de simuladores de preços de energia, um ligeiro retrocesso face aos 24,4% registados em 2020.

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