O Corpo de Polícia Florestal da RAM

No passado dia 8 de março o Corpo de Polícia Florestal da Região Autónoma da Madeira (CPF), festejou os seus 112 anos, uma data que nos permite enaltecer o compromisso e o trabalho árduo destes profissionais na proteção do nosso património natural.

Todas as palavras são poucas para reconhecer a dedicação e o esforço que este Corpo tem demonstrado ao longo de mais de um século, na defesa da nossa floresta.

A sua atuação tem sido fundamental para a preservação dos espaços florestais e dos recursos naturais da Madeira, contribuindo diretamente para o reconhecimento, desde 1999, da Floresta Laurissilva como Património Mundial Natural pela UNESCO, que comemora os 25 anos da atribuição deste importante galardão.

O serviço que prestam é contínuo, 24 horas por dia, todos os dias do ano, independentemente das condições meteorológicas. A missão destes homens e mulheres é clara: zelar por um dos nossos bens mais preciosos, a nossa floresta.

Os números assim o demonstram. No ano de 2024, a Polícia Florestal levantou 179 autos de notícia, destacando-se a identificação de um indivíduo suspeito de crime de incêndio e seis autores de queimadas não autorizadas.

Mas a sua ação não se fica por aqui. O papel da Polícia Florestal na dinâmica operacional do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM (IFCN) é essencial. Para além das suas competências específicas, a sua colaboração técnica com os vários serviços do IFCN é fundamental.

Enquanto agentes de proteção civil, estes profissionais participaram no ano passado em cerca de 60 ações de socorro, em particular buscas e resgates em áreas florestais que bem conhecem.

No âmbito do Plano Operacional de Combate aos Incêndios Rurais (POCIR) 2024, garantiram, entre 1 de junho e 30 de novembro, um serviço ininterrupto, durante 24 horas por dia, na vigilância das nossas serras, sempre em estrita articulação com o Serviço Regional de Proteção Civil.

A sua intervenção foi crucial na investigação e combate de 53 fogos, sempre em estrita articulação com a Polícia Judiciaria e dos quais destaco o esforço desenvolvido nos incêndios de agosto de 2024. Durante 11 dias, sem descanso, os elementos da Polícia Florestal demonstraram um espírito de missão inabalável, trabalhando incansavelmente até à extinção do incêndio.

Desde 2015, o Governo Regional assumiu o compromisso de modernizar a Polícia Florestal, dotando-a de melhores condições de trabalho e de ferramentas tecnológicas de última geração que permitiram otimizar a sua eficácia.

Fomos, por exemplo, há já 10 anos, pioneiros em Portugal na utilização de drones para a vigilância de fogos florestais. Desde então, temos vindo a reforçar os meios disponíveis: adquirimos 18 novas viaturas, adquirimos quatro moto 4, equipamentos de proteção individual, renovámos postos florestais e torres de vigilância, atualizámos os sistemas de comunicações com equipamentos de última geração, investimos em meios informáticos e na formação contínua dos nossos agentes. Além disso, realizámos a revisão da carreira especial da Polícia Florestal e está em curso um procedimento concursal para o ingresso de 40 novos elementos, um processo fundamental para renovar os quadros desta instituição centenária.

Mas o nosso trabalho ainda não terminou pois temos visão e metas bem delineadas para o CPF. O Governo Regional, através do IFCN, já investiu mais de 2,6 milhões de euros nesta força de segurança e continuará a apostar na sua inovação e modernização.

O objetivo é claro: maximizar a operacionalidade dos nossos recursos humanos, garantindo que cada polícia florestal tenha ao seu dispor todas as ferramentas tecnológicas necessárias para o desempenho da sua missão com eficácia e segurança.

Este é o caminho que queremos seguir. A Polícia Florestal sempre esteve à altura dos desafios que lhe foram colocados e não tenho dúvidas que continuará a ser um pilar fundamental na implementação das políticas florestais delineadas pelo Governo Regional.

Um agradecimento sincero a todos os que fizeram e fazem parte desta história. O bom desempenho da “nossa” Polícia Florestal deve-se ao esforço, à dedicação e ao espírito de missão de todos os seus elementos e é um orgulho para mim enquanto dirigente máximo do IFCN poder colaborar nesse objetivo.

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