O JPP apontou, hoje, que os trabalhadores madeirenses “não podem continuar com os salários mais baixos do país, o custo de vida mais elevado e impedidos de arrendar ou comprar casa por não terem rendimentos suficientes”.
Numa ação de campanha eleitoral no Funchal, esta quarta-feira, o deputado Luís Martins, oitavo na lista do JPP à Assembleia Legislativa Regional (ALRAM) para as eleições regionais antecipadas de 23 de março, focou-se no custo de vida e nos salários para mencionar que com um governo JPP a melhoria dos rendimentos das famílias e a redução do custo de vida é matéria para rever com a máxima prioridade.
“Temos de inverter esta política dos governos do PSD de Miguel Albuquerque, que é único responsável por existir na Madeira 70 mil pessoas em risco de pobreza, a segunda taxa mais alta do país”, destacou Luís Martins. “Se não mudarmos de política, se não houver um travão na especulação de preços, em breve não serão apenas 70 mil madeirenses nesse patamar vergonhoso, passarão a ser muito mais. O senhor presidente do Governo Regional parece que vive na Lua, porque ainda segunda-feira foi para a RTP dizer que a Madeira é a segunda Região mais rica do país, e eu pergunto: esse senhor tem noção do grau de ofensa da sua declaração irresponsável?”, questionou.
O candidato e deputado garante que “basta saber fazer contas simples para se chegar rapidamente à conclusão do quanto é irracional” a declaração de Miguel Albuquerque: “Como é que uma região que, comprovadamente, tem os salários mais baixos do que a média do país, tem o custo de vida mais alto do país, a carga fiscal altíssima, as casas e as rendas das mais caras do país, a região com o maior número de habitações sobrelotadas, como é que num quadro destes é a segunda região mais rica do país, na versão cor-de-rosa de Miguel Albuquerque?”.
Luís Martins destaca que o programa do JPP contém propostas “para corrigir estas discrepâncias, medidas enquadradas num plano abrangente”, que passa pela redução da carga fiscal (IVA e IRS); atribuição de um subsídio de insularidade aos trabalhadores do privado; utilizar todas as ferramentas de regulação, nomeadamente o preço do gás; abertura de um concurso público internacional para a operação portuária; baixar o preço com o transporte de mercadorias, que na Madeira custa mais 18% do que nos Açores; trazer de volta a ligação marítima por ferry, para transporte de passageiros e mercadorias, para introduzir concorrência e fazer para baixar o custo de vida; incentivar a entrada na RAM de novas cadeias de supermercados.
O deputado criticou ainda “os números martelados dos salários regionais que tanto o PSD como Miguel Albuquerque têm colocado na opinião pública”. O candidato apoia-se no trabalho da Agência Lusa publicado a 18 de fevereiro de 2025 sobre os salários auferidos pelos portugueses e declarados à Segurança Social, para desmentir a narrativa oficial regional.
O documento, na perspetiva do candidato, é “muito claro” porque em vez das médias que “baralham e misturam todos os níveis salariais” revela os salários pagos em cada um dos diferentes setores de atividade e o número de trabalhadores abrangidos, mostrando o salário real que cada trabalhador leva para casa.
Explica quem em 2024 apenas 273.800 trabalhadores tinham uma remuneração bruta acima dos dois mil euros mensais, representando apenas 5,77% dos trabalhadores, e os restantes 94,23% de 16 setores de atividade auferiram salários entre os 885 euros brutos mensais e os 1.100 euros.
“Estes são os salários nacionais reais, e se considerarmos que é consensual que os salários na Madeira são mais baixos do que no continente, é fácil percebermos as dificuldades das famílias madeirenses e a falácia que é dizer que somos a segunda região mais rica do país”, sintetiza Luís Martins.