Os 37 tripulantes que seguiam a bordo dos dois navios que hoje colidiram ao largo da costa leste de Inglaterra, desencadeando um incêndio de grandes proporções, foram todos contabilizados e um deles foi hospitalizado, indicou um representante local.
Um cargueiro de pavilhão português – registado na Madeira -, embateu num petroleiro com pavilhão norte-americano que transportava combustível de aviação no mar do Norte, ao largo da costa de Yorkshire, incendiando ambos os navios e dando origem a uma grande operação de salvamento, segundo os serviços de emergência.
Um membro da assembleia municipal local, Graham Stuart, disse ter sido informado pelo secretário dos Transportes de que se encontravam 37 tripulantes a bordo dos dois navios e que um deles foi hospitalizado.
“Os outros 36 marinheiros de ambas as tripulações estão a salvo e foram contabilizados”, precisou.
O petroleiro que transportava produtos químicos e petrolíferos MV Stena Immaculate, de pavilhão norte-americano, estava ancorado perto do porto de Grimsby hoje de manhã, depois de ter partido da Grécia, de acordo com o ‘site’ de localização de navios VesselFinder.
O cargueiro com pavilhão português, o navio porta-contentores Solong, navegava de Grangemouth, na Escócia, para Roterdão, nos Países Baixos.
A empresa norte-americana de gestão marítima Crowley, que opera o Stena Immaculate, disse que o petroleiro “sofreu uma rutura no tanque de carga que continha combustível Jet-A1” quando o navio porta-contentores o atingiu, provocando um incêndio e “múltiplas explosões a bordo”, com o combustível libertado para o mar.
A Comissão Europeia informou que todos os 23 marinheiros que se encontravam a bordo do petroleiro foram contabilizados e estão a salvo.
O Stena Immaculate faz parte do Programa de Segurança de Petroleiros do Governo dos Estados Unidos, um grupo de navios comerciais que podem ser contratados para transportar combustível para as Forças Armadas quando necessário.
O diretor executivo do Porto de Grimsby East, Martyn Boyers, indicou que 13 vítimas foram transportadas num barco de alta velocidade Windcat 33, seguidas de mais 19 numa lancha do porto, e as restantes cinco numa terceira embarcação.
A Agência Marítima e da Guarda Costeira do Reino Unido informou que, além dos vários barcos salva-vidas e de um helicóptero de salvamento da guarda costeira que foram enviados para o local, seguiram também um avião da guarda costeira e navios próximos com capacidade para combater incêndios, além dos bombeiros.
O local da colisão situa-se ao largo da costa perto de Hull, cerca de 250 quilómetros a norte de Londres.
A Guarda Costeira de Humber indicou que o alarme foi dado às 09:48 TMG (10:48 de Lisboa) e que emitiu um aviso via rádio pedindo às embarcações com equipamento de combate a incêndios e àquelas que pudessem ajudar na busca e salvamento que se dirigissem para o local.
A agência de barcos salva-vidas RNLI disse que “havia relatos de que várias pessoas tinham abandonado os navios na sequência de uma colisão e que havia incêndios em ambos os navios”.
Três barcos salva-vidas estavam a trabalhar na busca e salvamento no local, juntamente com a guarda costeira.
Um vídeo transmitido pela televisão pública britânica BBC e aparentemente filmado a partir de uma embarcação próxima mostrava fumo negro e espesso a sair de ambos os navios.
Boyers, o chefe do porto, disse ter sido informado de que havia “uma enorme bola de fogo”.
“Está demasiado longe para podermos ver – cerca de 10 milhas – mas vimos os navios a trazê-los”, disse Boyers, referindo-se aos tripulantes.
“Devem ter enviado um pedido de socorro. Felizmente, já havia um navio de transporte de tripulação lá perto. Desde então, tem havido uma fila de ambulâncias para recolher todos os que conseguem encontrar”, acrescentou.
A secretária dos Transportes do Reino Unido, Heidi Alexander, disse que estava a ser mantida a par da evolução da situação.
“Quero agradecer a todos os trabalhadores dos serviços de emergência envolvidos pelos seus esforços contínuos na resposta ao incidente”, declarou a governante.