BE diz que é necessária a revisão do Estatuto Político-Administrativo da Região

O Bloco de Esquerda (BE) realizou esta terça-feira uma ação de pré-campanha no centro do Funchal, onde os seus candidatos contactaram com a população e ouviram as preocupações dos transeuntes. Entre as questões mais levantadas pelos madeirenses esteve a situação política regional, que, segundo o porta-voz bloquista Roberto Almada, é motivo de “vergonha que as pessoas sentem em termos um governo regional onde mais de metade dos seus membros são suspeitos pela prática de crimes de alegada corrupção”.

O porta-voz bloquista afirmou que muitos dos madeirenses contactados reconhecem a falta que o Bloco tem feito no Parlamento, “por ser uma voz incómoda e firme na defesa dos direitos” das pessoas.

Os candidatos do Bloco garantem que a Região, há mais de duas décadas, não tem um regime de incompatibilidades e impedimentos para os titulares de cargos políticos, como já existe no restante território nacional, “situação que permite que, por exemplo, um deputado aprove leis que o podem beneficiar, no dia seguinte, enquanto empresário”.

Nesse sentido, o partido garante que tudo fará para que “na próxima legislatura possa existir, finalmente, a necessária revisão do Estatuto Político-Administrativo da Região para podermos abranger os titulares de cargos políticos regionais com as incompatibilidades e impedimentos que acabem com o compadrio, o favorecimento e os negócios pouco claros entre o setor público e os grandes grupos empresariais que cresceram à sombra deste regime”.

Roberto Almada afiança que “esta alteração é fundamental para combater a corrupção e para normalizar a vida democrática regional”. “Nós nunca nos enganamos quando denunciamos os favorecimentos na concessão de grandes obras, aos grandes grupos empresariais amigos do governo PSD. Este regime, de favorecimento e pouca transparência, sempre foi por nós combatido e, caso voltemos a ter representação no Parlamento madeirense, continuaremos a lutar contra a rede tentacular que tudo controla e que esmaga a democracia e os direitos do povo destas Ilhas”, conclui o candidato às eleições de 23 deste mês de março.

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