AR/Censura: “Às vezes tenho mais que fazer do que vos estar a responder diariamente”, diz Montenegro a deputados

Montenegro considerou que é devido à atuação do executivo minoritário PSD/CDS-PP nos 11 meses de vida que a oposição decidiu “cavalgar o tema” da sua empresa familiar.

O primeiro-ministro afirmou hoje que nem sempre tem tempo para “responder diariamente” aos deputados e recusou que se esteja a furtar às perguntas dos jornalistas, defendendo que se for pessoalmente responsável pela crise política “é pelo sucesso da governação”.

No debate da moção de censura do PCP – e depois de ter anunciado na abertura que o Governo vai apresentar uma moção de confiança ao parlamento que poderá conduzir a eleições antecipadas -, Luís Montenegro foi acusado pelo PS e Chega de dominar “a arte da fuga e do silêncio” e de estar a arrastar o país para uma crise política devido a uma situação profissional pessoal.

“Todas as intervenções apontam no mesmo sentido: uma eventual crise política é da responsabilidade, é por causa do primeiro-ministro. Talvez seja, mas ficou muito claro neste debate que não é por causa da minha vida pessoal. Ficou muito claro neste debate que é por causa do sucesso da nossa governação”, respondeu o chefe do Governo.

Montenegro considerou que é devido à atuação do executivo minoritário PSD/CDS-PP nos 11 meses de vida que a oposição decidiu “cavalgar o tema” da sua empresa familiar, “nunca se sentindo satisfeitos, acrescentando esclarecimentos em cima de esclarecimentos, pedidos em cima de pedidos”.

“No fim do dia queriam estar um ano, um ano e três meses a desgastar o Governo, a deteriorar o ambiente político em Portugal. É verdade, o primeiro-ministro não está aqui para dar para esse peditório”, admitiu.

Sobre a falta de respostas aos jornalistas, de que tinha sido acusado pelo deputado do PS João Torres, defendeu que “os portugueses valorizam muito mais a palavra do primeiro-ministro” quando fala diretamente para eles do que “quando está todos os dias a comentar tudo e todos” e acrescentou uma apreciação sobre as questões dos parlamentares.

“Ó senhores deputados, não levem a mal, eu vou-vos dizer com toda a tranquilidade: eu às vezes tenho mais que fazer do que vos estar a responder diariamente com todo o respeito, com todo o respeito”, afirmou.

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