O presidente do PS, Carlos César, considerou hoje que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, “passa a ser a maior causa de fraqueza do seu próprio Governo” e reiterou que não serão os socialistas a causar uma “instabilidade indesejável”.
“[Luís Montenegro] sabe que não seremos nós a causar uma instabilidade indesejável, mas sabe que passa a presidir a um Governo maculado com um primeiro-ministro que passa a ser a maior causa de fraqueza do seu próprio Governo”, escreveu Carlos César numa publicação na sua página pessoal na rede social Facebook.
Para o líder socialista, o primeiro-ministro “é um político que não parece dar conta de si. Nem a si, nem aos outros”.
E prossegue: “Sabe que a situação em que se manteve até agora era irregular e semelhante a outras às quais fez as mais violentas censuras”.
O líder socialista e ex-presidente do Governo Regional dos Açores também escreve na mensagem que Luís Montenegro “sabe que o PS anunciou, aquando da moção apresentada pelo Chega, que não votará a favor de moções de censura, mas que também votaria contra uma moção de confiança”.
No sábado à noite, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo “dispõe de condições para continuar a executar” o seu programa, após ter sido noticiado que a Spinumviva, empresa detida pela sua mulher e filhos, recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde.
Pouco depois, o PCP anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, defendendo que “não está em condições de responder aos problemas” de Portugal e “não merece confiança”, mas sim censura.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse que não iria viabilizar a moção de censura do PCP, considerando que os comunistas tinham “mordido o isco lançado pelo Governo”, mas afirmou que, se o Governo apresentar uma moção de confiança, o PS a chumbaria, frisando que não tem confiança no executivo de Luís Montenegro.
“O PS não quer instabilidade, o PS quer esclarecimentos que são devidos a todos os portugueses”, disse.
Depois destas declarações, o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que, caso a moção de censura anunciada pelo PCP seja rejeitada no parlamento, “não há uma justificação” para o Governo apresentar uma moção de confiança.
Em entrevista à RTP3, Joaquim Miranda Sarmento afirmou que a rejeição de “duas moções de censura” significa que o “parlamento entende que o Governo pode continuar a governar e, nesse sentido, não há uma justificação para uma moção de confiança”.
“O PCP acabou de anunciar que apresentará uma moção de censura. Aparentemente, será rejeitada porque o secretário-geral do PS acabou de dizer que votará contra, portanto o parlamento volta, 15 dias depois, a reafirmar que o Governo tem as condições necessárias para governar”, sustentou o ministro.