No âmbito de uma ação de campanha realizada este domingo, Roberto Almada, cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda (BE), questionou a ausência de uma unidade de radioncologia no novo Hospital Central Universitário da Madeira, atualmente em construção. Almada destacou a falha como uma “falta grave” por parte do Governo Regional, uma vez que a infraestrutura não está a contemplar tratamentos de radioterapia essenciais para os cidadãos do Serviço Regional de Saúde.
”Na infraestrutura não está prevista a construção de uma unidade de radioncologia para garantir tratamentos de radioterapia e o tipo de tratamentos oncológicos para os cidadãos, para os utentes do Serviço Regional de Estado, que, como se sabe, muitos deles sofrem de doenças oncológicas”, afirmou o líder bloquista. A crítica dirige-se particularmente ao facto de que, apesar da ausência da unidade no novo hospital, “mesmo ao lado do novo hospital, existe uma clínica de radioncologia, uma clínica privada, a quem o SESARAM paga para fazer os tratamentos para esses mesmos doentes.”
Roberto Almada questionou diretamente a razão pela qual o novo hospital não irá oferecer este serviço essencial para os utentes do Serviço Regional de Saúde, considerando a situação como “imperdoável”. “Não podemos continuar a gastar dinheiro do erário público, pagando, dando milhões e milhões às clínicas privadas, quando podemos ter essa oferta no hospital público”, disse.
Além disso, o cabeça de lista do BE apontou também a falta de uma unidade para o internamento de doentes psiquiátricos em unidades agudas. “O Governo Regional, o secretário regional da Saúde, o SESARAM, não garantem a construção de uma unidade para o internamento de doentes do foro psiquiátrico numa unidade aguda. Essa é uma necessidade que já foi levantada por muitas pessoas, inclusive técnicos da área da saúde mental”, sublinhou.
O candidato concluiu a sua intervenção sublinhando a necessidade urgente de um hospital que ofereça respostas completas para as diversas doenças que afetam a população da Madeira, algo que, segundo o BE, não está a ser assegurado pelo atual plano de construção. “O novo hospital é para estar pronto em 2027. Ainda vamos a tempo de corrigir estes erros”, finalizou.