O secretário-geral do PS afirmou hoje que quem escolhe a vida política tem de estar preparado para a transparência e para o escrutínio público, referindo-se ao caso que envolve a empresa da família de Luís Montenegro.
Pedro Nuno Santos fez estas declarações esta tarde, em Bragança, num discurso na apresentação dos candidatos para aquele distrito às eleições autárquicas deste ano, com ênfase para a cabeça de lista pela capital de distrito, a deputada e ex-secretária de Estado Isabel Ferreira.
“ (…) Lamento, mas quem escolhe estar nesta vida tem de estar preparado para a transparência e para o escrutínio. Não venham com a conversa de ‘coitados dos políticos, que têm direito a ter seu trabalho’. Têm, sim senhora. E têm a obrigação de serem transparentes com o povo (…)”, afirmou o secretário-geral dos socialistas.
Para Pedro Nuno Santos, os políticos têm o dever de ser ainda mais transparentes e que de todos é o primeiro-ministro aquele que tem a maior obrigação.
“E sabem porquê? Porque nós, políticos, temos poder sobre a vida das pessoas. E quando de tem poder, tem-se mais responsabilidades (…). Não estamos a ser populistas. Estamos a exigir aquilo que se deve exigir a qualquer cidadão”, vincou.
O dirigente do PS considerou que ninguém está impedido de ser empresários, que é algo que valoriza as pessoas a capacidade de empreender.
Contudo, na sua opinião Luís Montenegro não é um empresário, “é uma coisa diferente” de um empresário, é um consultor “que criou uma empresa para continuar a ser remunerado”.
“(…) Não é ético, nem aceitável. Soubemos que não temos um ministro em exclusividade há 10 meses. E, se estão recordados, o senhor primeiro-ministro, e bem, disse que o seu secretário de Estado, Hernâni Dias, tinha sido imprudente. O que diz agora Montenegro dele próprio em matéria de imprudência?”, lançou Pedro Nuno Santos.
O primeiro-ministro anunciou para as 20h uma comunicação ao país sobre decisões pessoais e políticas acerca da empresa detida atualmente pela sua mulher e os seus filhos, depois de um Conselho de Ministros extraordinário.