O primeiro-ministro acaba de dar ao País um conjunto de explicações sobre a sua vida profissional e familiar para afastar qualquer dúvida sobre eventuais conflitos de interesses e garantiu que não praticou nenhum crime. Sendo assim, acredita que tem condições para continuar a liderar o Governo de Portugal.
Garante Luís Montenegro que já deu explicações durante a moção de censura, mas passada uma semana sentiu que tinha de voltar a falar aos portugueses para dar conta do que faz a empresa que fundou e que é gerida pelos filhos e a mulher.
Lembrou que “não é justo” que tenha de privar os filhos do trabalho que desenvolvem pela circunstância de estar agora a ocupar as funções de primeiro-ministro. E garantiu que sempre que sentir que pode haver situações de conflito de interesses vai inibir-se de decidir enquanto primeiro-ministro.
O chefe do Governo garante que se afastou depois de regressar à política e confia nos portugueses para que Portugal continue com políticas de desenvolvimento.
Acrescenta que está na hora de os cidadãos perceberem o risco das crises e das insinuações permanentes. Lembrou o risco de o País ficar nas mãos de políticos sem passado e sem futuro profissional.
Luís Montenegro apresentou os seus dados que, no seu entendimento, atesta que Portugal está no bom caminho e que este desenvolvimento não deve ser interrompido.
“A execução orçamental deste ano começou bem e estamos inclusivamente a diminuir a dívida a fornecedores”, relevando que “a divida externa abaixo dos 60% do PIB”, quando “em 2010 superava os 100%”. Mais, “temos um país em movimento, o investimento público está no terreno, baixamos impostos, subimos pensões, criamos um suplemento extraordinário para idosos…”, partilhou.
Luís Montenegro diz que “a crise política deve ser evitada”. “Estou aqui desde a primeira hora em exclusividade total”.
Constatou que a exposição a que foi sujeito com a família chegou a um limite que nunca pensou, anunciando que a empresa passa totalmente a ser gerida pelos filhos, que inclusive “mudará de sede”, e com isto espera também que a oposição cumpra aquela que foi a vontade da maioria dos portugueses.
No final de uma longa declaração, Montenegro garantiu que o seu governo tem condições para continuar a liderar os destinos de Portugal. Porém, reconhece a necessidade de uma moção de confiança, para a qual espera obter o apoio de outras forças políticas.