Jovens pedem em Fátima saúde para o Papa que acolhe “todos, todos, todos”

A expressão “todos, todos, todos”, que o Papa repetiu na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, ecoou hoje no Santuário de Fátima, onde jovens em representação das 21 dioceses do país pediram saúde para Francisco.

“(…) O momento em que o Papa Francisco disse essa frase foi muito importante, para os jovens perceberem que todos os jovens têm um lugar na Igreja e que não há grupos diferentes”, afirmou Maria Lobo, de 23 anos, da Diocese de Aveiro.

Como outros jovens, Maria Lobo foi rezar à Capelinha das Aparições pelo Papa, internado desde 14 de fevereiro, num hospital de Roma.

“Queremos que esteja bem e viemos rezar pela saúde dele, principalmente”, disse a jovem, comparando a fragilidade atual de Francisco, de 88 anos, com a do mundo.

“Num momento de grande fragilidade também mundial, com muitos conflitos que estão a acontecer, o Papa Francisco continua a ser uma pessoa apaziguadora. A minha maior preocupação é que não se consiga fazer o caminho que se está a fazer para a paz no mundo”, adiantou Maria Lobo.

A recitação do terço foi uma iniciativa do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil com os secretariados diocesanos e pretendeu ser um momento de ligação à “rede mundial de oração” pelo Papa, declarou o diretor daquele departamento, Pedro Carvalho.

Leandro Vala, de 21 anos, da Diocese de Leiria-Fátima, admitiu que “é difícil ver o Papa, que foi revolucionário em tantos aspetos, a passar por este momento”.

“Viemos pedir pela saúde e pela sua recuperação”, adiantou.

A recitação do terço, a que assistiram dezenas de peregrinos, foi presidida pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas.

Aos jornalistas, José Ornelas declarou que o momento de oração em Fátima tem “um duplo significado”, o primeiro por terem sido os jovens a tomar a iniciativa.

Depois recuou a agosto de 2023, por ocasião da JMJ e da presença do Papa na Capelinha, onde Francisco disse que “é uma Igreja que não tem muros, que acolhe a todos, todos todos”.

“Pois agora são esses todos, todos, todos que também se juntam à volta do seu leito de enfermo, assumindo tudo aquilo que isso significa, mas pedindo a Deus que esteja com ele e que o acompanhe nesta hora de sofrimento, mas que é uma hora também para a Igreja de se unir em torno disso e da esperança que a nossa fé nos dá”, referiu José Ornelas.

O prelado considerou que o acolhimento de todos é uma das marcas do pontificado de Francisco, sendo que nos tempos atuais é mais do que necessário quando se veem “sinais de divisão por todo o lado, de muros que se colocam à livre movimentação das pessoas”.

O bispo de Leiria-Fátima referiu ainda que o Papa já “se curou de muitas crises e de muitos problemas”, desejando vê-lo a “levar por diante este caminho que tem na Igreja”.

Também presente, o bispo da Diocese de Setúbal, cardeal Américo Aguiar, reconheceu o “momento de especial fragilidade” de Francisco, para lembrar que o Papa pede, “como sempre pede, mesmo quando está bom”, para se rezar por ele.

Américo Aguiar defendeu, por outro lado, que não se pode “olhar e viver a fragilidade e a doença de alguém com um calendário e uma agenda que não é propriamente nem a de Deus, nem a dos homens e mulheres de boa vontade”.

O Papa Francisco esteve duas vezes no Santuário de Fátima, a primeira em maio de 2017, no centenário dos acontecimentos na Cova da Iria, e a segunda por ocasião da JMJ.

Em 3 de agosto de 2023, em Lisboa, o Papa garantiu aos milhares de jovens que se encontravam no Parque Eduardo VII, em Lisboa, que “na Igreja há espaço para todos”, para “jovens e velhos, saudáveis e doentes, justos e pecadores, todos, todos, todos”.

O Papa Francisco foi internado na sequência de uma infeção respiratória.

Hoje, o Vaticano divulgou que o chefe da Igreja Católica passou uma “noite tranquila”, mas o prognóstico permanece reservado.

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