Chega insiste na demissão ou moção de confiança ao governo de Luís Montenegro

O deputado Francisco Gomes, eleito pelo Chega para a Assembleia da República, acredita que não há nenhuma desculpa que valha a pena o primeiro-ministro dar, depois do que já é conhecido sobre as relações comerciais entre a empresa ‘Spinumviva’, de que Luís Montenegro é sócio, e várias outras empresas que comprovadamente detêm negócios com o Estado português. Por isso mesmo, acredita que o chefe do governo tem apenas duas opções políticas, nomeadamente demitir-se ou apresentar uma moção de confiança ao parlamento.

Segundo o deputado madeirense, as notícias que têm vindo a público sobre a atividade empresarial do primeiro-ministro não só comprometem a imagem do chefe de governo e justificam a moção de censura apresentada recentemente pelo Chega, como também suscitam outras questões mais abrangentes quanto à proximidade do primeiro-ministro a certos sectores do tecido empresarial nacional.

“Que empresas pagaram mais de 800 mil euros à firma da família Montenegro desde o ano em que Luís Montenegro ganhou a liderança do PSD, dos quais 179 mil euros desde o ano em que se tornou primeiro-ministro? E porque é que essa empresa recebe uma avença de 4.500 euros, enquanto Luís Montenegro desempenha funções num Estado que tem contratos com essa empresa”, questiona Francisco Gomes, deputado eleito pelo Chega à Assembleia da República.

Francisco Gomes afirma que, a seu ver, já não basta que os ministros do governo saiam em defesa da seriedade do primeiro-ministro, pois, no seu entender, Luís Montenegro colocou-se numa posição muito semelhante à dos antecessores António Costa e José Sócrates, que foram forçados a abandonar funções por suspeitas de envolvimento em esquemas de corrupção.

“Uma empresa pequena, sem site, sem estratégia de comunicação, sedeada numa casa privada e gerida por uma educadora de infância e dois recém-licenciados apenas fatura quase um milhão de euros porque o seu sócio principal é o primeiro-ministro e tem usado os seus contatos para promover a empresa da família”, diz.

A concluir, o deputado afirma que lamenta que Luís Montenegro tenha escolhido ser “um primeiro-ministro avençado de várias empresas”, incluindo uma que é monopolista do setor do jogo de casinos, que é um setor concessionado pelo próprio Estado. A seu ver, o primeiro-ministro está numa posição muito fragilizada e carece da legitimidade necessária para exercer as funções de governação que sobre ele recaem.

“Não só está mais que justificada a moção de censura que o CHEGA apresentou, que foi tão criticada pelos outros partidos, como também está tornado muito claro que Luís Montenegro segue a mesmíssima cartilha de Miguel Albuquerque, isto é, servir-se da política para enriquecer a família e os amigos. Logo, a saída é a única opção.”

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