A exposição ‘Como uma ilha sobre o Mar: Lourdes Castro’ vai viajar para o arquipélago dos Açores e para o continente, numa iniciativa que promove a contínua divulgação da eterna artista das sombras.
A itinerância nacional da exposição de Lourdes Castro, apoiada pela Direção-Geral das Artes (DGArtes) e pela Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, é uma extensão da mostra realizada entre 2022 e 2023 no MUDAS.Museu. A sua primeira apresentação fora da Madeira acontecerá em julho de 2025, nos Açores, no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, antes de seguir para Lisboa, para uma exibição na Sociedade Nacional de Belas Artes, no primeiro trimestre de 2026.
O projeto apresentado esta sexta-feira, no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Calheta, num evento que contou com intervenções de Eduardo Jesus, secretário regional de Economia, Turismo e Cultura, de Márcia de Sousa, diretora do MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, e de Doroteia Leça, presidente interina da Câmara Municipal da Calheta.
Na ocasião, Doroteia Leça destacou a importância do projeto para a cultura madeirense, sublinhando que “trazer até à Calheta uma exposição tão relevante enriquece-nos enquanto madeirenses”. Referiu ainda o papel do MUDAS.Museu no desenvolvimento cultural do concelho, reconhecendo que “tem sido um polo dinamizador de excelência”.
Márcia de Sousa, por seu turno, reforçou que a exposição é uma homenagem póstuma à artista, permitindo o acesso a cerca de 400 obras e documentos, provenientes do espólio particular de Lourdes Castro e de várias instituições, incluindo a Fundação Calouste Gulbenkian e o Museu Nacional de Arte Contemporânea. A curadora destacou a confiança depositada pela família da artista no projeto, permitindo a preservação e a partilha do seu legado, sendo que, com isso, o museu assumiu a responsabilidade de preparar e criar condições para que a obra de Lourdes de Castro continue acessível ao público.
Por fim, Eduardo Jesus enalteceu a relevância de Lourdes Castro no panorama artístico português e sublinhou o papel deste projeto como ponto de partida para novas oportunidades culturais.
Lourdes de Castro deixou-nos um legado que não é um ponto de chegada, mas sim um ponto de partida, afirmou o governante: “É que, ao partir de dentro de nós, deixou-nos qualquer coisa que é, sem dúvida alguma, o início de muitas outras coisas que agora competem-nos a nós saber construir, saber articular, saber criar oportunidade.”
O secretário regional destacou ainda o reconhecimento do projeto pela DGArtes como um sinal da sua importância e qualidade.
A itinerância contará ainda com um conjunto de atividades pedagógicas e inclusivas, desenvolvidas em parceria com a companhia Dançando com a Diferença. Está prevista também a realização do II Congresso de Arte Contemporânea da Madeira, que decorrerá entre a Madeira e os Açores em 2025, além da publicação de um livro-catálogo sobre a exposição.