Vaticano: Cardeal italiano rejeita discussão sobre renúncia do Papa

“Segundo os boletins médicos, o estado de saúde do papa está a melhorar ligeiramente(...)”, diz.

O cardeal italiano Angelo Bagnasco, ex-chefe da Conferência Episcopal Italiana (CEI), defendeu hoje que os atuais problemas de saúde do Papa Francisco não justificam conversas sobre uma eventual renúncia como chefe da Igreja Católica.

“Parece-me que não há razão para falar em renúncia. Se o mundo parou para rezar [por Francisco], é uma grande coisa: uma corrente de oração se elevou ao Senhor justamente pelo Santo Padre Francisco neste momento tão delicado”, disse Bagnasco à rádio RTL.

“Segundo os boletins médicos, o estado de saúde do papa está a melhorar ligeiramente e continuamos a orar para que melhore cada vez mais, até à sua recuperação completa para regressar ao seu ministério”, acrescentou.

Entretanto, de acordo com a Santa Sé, Francisco estava hoje suficientemente bem para se reunir no Hospital Gemelli, em Roma, com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e respetivo adjunto para aprovar novos decretos de candidatos a possíveis santos.

Os decretos, publicados hoje no boletim do meio-dia da Santa Sé, sinalizam que a máquina do Vaticano está a funcionar mesmo com Francisco hospitalizado e em estado crítico.

Paralelamente, Francisco continuou hoje o tratamento contra a pneumonia, enquanto o Vaticano iniciou uma maratona noturna de orações a partir da “sua casa” e os aliados o aplaudiam à distância, na esperança de uma recuperação.

“O Papa dormiu bem, toda a noite”, refere o boletim de atualização matinal do Vaticano, tipicamente breve.

Na segunda-feira à noite, os médicos disseram que Francisco continua em estado crítico com pneumonia dupla, mas relataram uma “ligeira melhora” em alguns resultados laboratoriais.

No boletim mais otimista dos últimos dias, o Vaticano disse que Francisco tinha retomado o trabalho a partir do seu quarto de hospital, telefonando para uma paróquia na cidade de Gaza com a qual tem mantido contacto desde o início da guerra.

Ao cair da noite, milhares de fiéis reuniram-se na Praça de S. Pedro, encharcada pela chuva, para o primeiro ritual noturno de recitação do Rosário.

A oração evocou as vigílias de 2005, quando São João Paulo II estava a morrer no Palácio Apostólico, mas muitos dos presentes disseram que estavam a rezar pela recuperação de Francisco.

“Viemos rezar pelo Papa, para que recupere rapidamente, pela grande missão que está a partilhar com a sua mensagem de paz”, disse Hatzumi Villanueva, do Peru, que elogiou a empatia de Francisco pelos migrantes.

No domingo, o Vaticano disse que o Papa continuava em estado crítico e que alguns exames de sangue indicavam uma insuficiência renal leve, mas sob controlo.

O Papa, de 88 anos, foi hospitalizado em 14 de fevereiro, na sequência de uma pneumonia nos dois pulmões e teve uma crise respiratória na sexta-feira, que agravou o seu estado de saúde.

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