Ucrânia: Marcelo considera que “é cedo para se colocar a questão” de envio de militares

O Presidente da República considerou hoje que “ainda é cedo para se colocar a questão” de um eventual envio de militares para a Ucrânia e referiu que o Governo tem nesta matéria “uma iniciativa fundamental”.

Em resposta a perguntas dos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu também que “o envio de forças nacionais destacadas tem de ter parecer do Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN)” e acrescentou: “Vamos esperar para ver e depois falaremos”.

Questionado sobre um eventual envio de militares portugueses para a Ucrânia, o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas começou por responder: “É uma questão sobre a qual não me posso pronunciar sem que o CSDN seja ouvido. Vamos ter uma reunião no dia 17 de março, mas ainda é cedo para se colocar a questão”.

Sobre as negociações para a paz, o Presidente da República insistiu que tem de ser “uma paz justa, uma paz sustentável e uma paz compreensiva”, não pode ser “para de repente avançar e falhar imediatamente”, nem pode criar “uma sensação de insegurança na Ucrânia”.

“Já se percebeu que está difícil de convencer os aliados, ou antigos aliados norte-americanos – nunca se percebe bem, com esta nova administração – a participarem nesse esforço de segurança. Seria só a Europa a participar. E ainda não se percebe sequer se os Estados Unidos [da América] aceitariam ter apoio, fora das fronteiras do território da Ucrânia, em países vizinhos pertencentes à NATO”, observou.

Quanto a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que o país tem tido uma “contribuição para a segurança na Ucrânia em países vizinhos, em particular na Roménia e Eslováquia”, e já manifestou disponibilidade para, “se fosse necessário reforçar essa posição em países vizinhos, com certeza”.

“Depois, temos de perceber se a NATO é para levar a sério ou não, porque se a América tem reservas, na prática, em relação ao seu envolvimento quanto à Ucrânia, até que ponto é que isso reforça a NATO ou enfraquece a NATO. E depois, internamente, como disse, aí está uma competência que é uma competência do Governo, com intervenção do CSDN e, naturalmente, com intervenção do Presidente da República”, completou.

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