O preço dos imóveis de gama alta aumentou 23% entre 2021 e 2024, devido à redução da oferta e ao aumento da procura, segundo um estudo da Porta da Frente Christie’s e da Nova School of Business and Economics.
“O preço médio dos imóveis de gama alta sofreu um aumento de 23% no período (2021, T1) e (2024, T2), em larga medida como resultado de uma oferta menor ao mesmo tempo que a pressão da procura aumentava”, concluiu o estudo “O Mercado Imobiliário Residencial de Gama Alta em Portugal: Impacto e Tendências”.
Contudo, de acordo com a mesma análise, o aumento real foi de 3% face à subida da inflação naquele período.
O estudo apresenta também um conjunto de perspetivas de impacto macroeconómico deste mercado para 2024.
Estima-se assim que o investimento total no mercado de gama alta tenha atingido, no ano passado, 4.018 milhões de euros, com o ‘premium’ a afirma-se como o segmento que mais contribuiu para este montante (1.569 milhões de euros).
As vendas totais devem representar 5.581 milhões de euros, novamente com o setor ‘premium’ a ser o mais representativo (2.180 milhões de euros).
O contributo para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) será de 1.339 milhões de euros.
Em 2023, o impacto do imobiliário de gama alta para a produção nacional ultrapassou os 7.232 milhões de euros em 2023, abaixo do valor registado no ano anterior (8.173,99 milhões de euros), mas acima dos números reportados em 2021 (5.885,29 milhões de euros).
Por sua vez, o impacto para o VAB representou 3.564,61 milhões de euros em 2023, quando, em 2022, foi de 4.035,95 milhões de euros, e, no ano anterior, de 2.954,36 milhões de euros.
Já a nível das remunerações, o peso foi de 1.510,09 milhões de euros em 2023, inferior aos 1.703,47 milhões de euros de 2022, mas acima dos 1.205,60 milhões de euros de 2021.
No que diz respeito ao emprego, contabilizaram-se 94.314 postos em 2023, 106.381 em 2022 e 75.181 em 2021.
“O peso da atividade do setor imobiliário da gama alta na economia nacional apresenta valores bastante elevados em qualquer dos anos analisados. No entanto, 2022, foi o ano que maior atividade económica gerou e, por conseguinte, gerou mais riqueza (VAB) e distribuiu mais remunerações para mais postos de trabalho”, apontou.
Em 2023, o preço médio por unidade de venda de fogos novos foi de 1.752.096 euros, o que compara com os 1.925.636 euros do ano passado.
Para o segmento ‘premium’ o valor foi de 1.190.017 euros em 2023, acima dos 1.169.277 euros de 2022, enquanto para o ‘affluent’ atingiu 831.862 euros em 2023, mais do que os 821.311 euros do ano anterior.
“Em 2023, o total de vendas de fogos novos totalizava 5.612 unidades. Por segmentos, o ‘affluent’ lidera (2.240), seguido do ‘premium (2.153) e do luxo (1.219)”, indicou.
No mesmo ano, o valor agregado de todas as vendas de fogos novos alcançou os 6.561 milhões de euros, a maior parte no segmento ‘premium’ (2.562 milhões de euros).
Em 2023, o investimento total em nova construção totalizou 4.724 milhões de euros, quando, no ano anterior, tinha sido de 5.349 milhões de euros.
No período em análise, a venda de fogos novos e usados, neste mercado, atingiu o seu pico em 2022 (13.200 milhões de euros). Em 2021 foi de 11.682 milhões de euros e, em 2023, de 11.409 milhões de euros.
Para a realização deste estudo foram tidos em conta dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Confidencial Imobiliário e Idealista, além de um conjunto de referências bibliográficas e fórmulas matemáticas.