Francisco Franco assinala 50 anos da descolonização

O grupo disciplinar de História da Escola Secundária de Francisco Franco leva a efeito nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro um conjunto de atividades que visam comemorar o 50º aniversário da Descolonização Portuguesa.

“A descolonização foi, para Portugal, um momento que encerrou um longo ciclo da sua história. Um processo tardio e doloroso. Anacrónico, por que desfasado da descolonização levada a cabo pelas potências europeias após a II Guerra Mundial, muito em particular de África subsariana, cuja independência foi concedida na primeira metade da década de 60 do séc. XX. Doloroso, por um lado, porque nos fez passar por uma guerra colonial que desperdiçou muitas vidas e causou muito sofrimento às famílias dos combatentes portugueses, mas também dos povos africanos; por outro lado, pelas circunstâncias históricas dramáticas que forçaram centenas de milhares de portugueses regressarem a Portugal com as lágrimas de quem perdeu grande parte das suas vidas”, recorda a escola, em nota de imprensa.

A importância da descolonização transcende o momento em que ela aconteceu, as vicissitudes próprias de uma transferência do poder, maculada pela guerra que não acabou em Angola e Moçambique, a resistência à autodeterminação do povo timorense, oprimido durante mais de duas décadas pelo ocupante indonésio, e pelo drama dos portugueses retornados das ex-colónias. O fechar do ciclo imperial, deixou feridas, é certo, mas abriu a porta ao futuro deste nosso Portugal. Fê-lo recentrar-se na Europa, a sua casa, e reconduziu a sua História de esperança, de um país em paz, que procura o desenvolvimento económico e o progresso social e cultural que lhe tem sido adiado.

Por fim, o abraço dos povos da lusofonia. É disso que se trata no evento que nos propomos realizar: juntar as culturas, unir os povos outrora desavindos e participar desta fraternidade, unida pela língua comum e por uma parte das nossas Histórias.

No dia 26 , teremos, às 10 horas, na Sala de Sessões, Conversas Soltas, uma mesa-redonda que será moderada pelo jornalista Juvenal Xavier, com a participação prevista da Doutora Antonieta

Rosa Gomes, escritora e antiga Ministra da Justiça e dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Dra. Olinda Beja, escritora e poetisa são-tomense, Dr. Ricardo Vieira, advogado, Capitão João Machado, Dra. Conceição Gonçalves e Dra. Sara Drummond, que evocarão as suas memórias e debaterão o tema da descolonização.

No dia 27, às 11h45, a Sala de Sessões será palco da peça “O Retorno”, apresentada pelo Grupo de Teatro de Machico, trazendo à cena uma reflexão sobre a descolonização e as vivências dos retornados.

No dia 28, a partir das 10 horas, no Campo de Basquetebol, decorrerá o Sarau Cultural “Sons, Ritmos e Sabores dos PALOP”, um momento de celebração da diversidade cultural dos países africanos de língua oficial portuguesa. O programa inclui a atuação do Núcleo de Música da ESFF, a apresentação do Grupo de Dança da ACRAM, um Desfile de Moda com trajes tradicionais dos PALOP e as performances do violoncelista angolano Sílvio Viobass e do artista Niger Marinho. A escritora Olinda Beja brindará o público com poesia, e a manhã encerrará com um Showcooking dedicado à gastronomia de Cabo Verde. Além disso, os participantes terão a oportunidade de experienciar um dos ritmos mais emblemáticos da cultura angolana com o Workshop de Kizomba, dinamizado pela instrutora Cláudia Parreira.

O evento encerrará com o jantar temático “Sabores dos PALOP”, um momento de convívio aberto à comunidade, que terá lugar na ESFF, a partir das 19 horas. Nesta experiência gastronómica, os participantes poderão degustar cinco pratos tradicionais, representativos da riqueza e diversidade culinária dos países africanos de língua oficial portuguesa.

A realização das atividades conta com diversos parceiros e é uma organização conjunta do Grupo de História e a Associação Cultural e recreativa dos Africanos da Madeira.

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