Catarina Martins e outros dois eurodeputados, Isa Serra (Espanha) e Jussi Saramo (Finlândia) foram hoje impedidos de desembarcar em Aaiun (Marrocos), onde iam fazer uma missão de observação.
A eurodeputada do Bloco de Esquerda denunciou a situação através de um vídeo que publicou nas redes socias, em que diz que foram travados de “forma ilegal” e impossibilitados de participarem em reuniões marcadas com organizações humanitárias e com a missão da ONU no território.
Segundo Catarina Martins, os agentes “não se identificaram e nunca apresentaram qualquer documento, impossibilitaram o desembarque”.
“Todos os dias entram no território turistas e gente ligada aos mais diversos negócios. A ocupação ilegal do Sahara está a intensificar-se com a cumplicidade da comunidade internacional. O que aconteceu hoje é sintoma disso mesmo e não podemos aceitar em silêncio”, escreveu na publicação que sustenta o vídeo.
A eurodeputada lembra que “o Tribunal Europeu decretou a nulidade dos acordos da UE com Marrocos que incluem recursos do território do Saara Ocidental (pescas e não só). Portugal também tem acordos e co-organiza um mundial de futebol que tem sido pretexto para intensificar a exploração deste território”.
“As instituições europeias, mas também o governo português, devem pedir explicações a Marrocos. O que aconteceu hoje é grave. Não por cada um dos membros do parlamento europeu. Mas pelo direito internacional e, sobretudo, pelo povo saarauí”, apela.
A comitiva foi, entretanto obrigada a regressar às Canárias, e esteve com membros da Frente Polissário, segundo Catarina Martins, “a legítima representante do Saara Ocidental”, a fim de prepararem uma posição conjunta.